Páginas

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Papa saúda os fiéis em português


Durante a histórica audiência geral na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013. Papa Bento XVI, que no último dia 11 surpreendeu o mundo anunciando sua renúncia ao ministério petrino, despediu-se hoje dos fiéis católicos na Praça São Pedro.

Assim o Papa Bento XVI saudou os fiéis em português na última audiência pública do seu pontificado: "Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica".

Diocese de Amparo ganha Santuário Diocesano e o seu primeiro Plano de Pastoral

Dom Pedro preside à celebração festiva e campal
A Diocese de Amparo (SP), em missa festiva e campal nas escadarias do Santuário Sr. Bom Jesus de Monte Alegre do Sul, celebrou a instalação daquela Igreja Matriz como Santuário Diocesano. A missa, presidida por Dom Pedro Carlos Cipolini, bispo Diocesano, e concelebrada pelos padres da Diocese, aconteceu neste domingo, dia 24 de fevereiro. Nessa mesma missa foi entregue o 1º Plano de Pastoral da Diocese.
Cerca de 2 mil fiéis peregrinos marcaram
presença na celebração
Todas as paróquias da Diocese foram em peregrinação ao Santuário, reunindo, na praça de frente à Igreja, mais de 2 mil pessoas das 11 cidades da Diocese de Amparo. A missa teve início as 15h30. Já no inicio foi lido o Decreto de Instalação do Santuário. Na homilia, Dom Pedro Carlos ressaltou “que o Santuário foi quisto primeiro por Deus, depois pelo povo e agora pela Igreja que o reconhece”. Após a homilia foi entregue o Plano de Pastoral, elaborado de modo participativo por membros das paróquias e com grande participação do povo nos estudos que o antecederam.
O evento também celebrou o 35º aniversário de Sacerdócio de Dom Pedro Carlos Cipolini. Após a missa houve uma confraternização. Durante este ano, as paróquias da Diocese de Amparo irão com seus paroquianos em Romaria ao Santuário, que já se prepara para receber os peregrinos.
De Amparo, Pe. André Rossi, Assessor Diocesano de Comunicação

Nossa fé em Jesus Cristo: Tabor e Calvário

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

Quaresma no Ano da Fé: quanta coisa bonita da nossa fé temos a recordar neste “tempo favorável”! Logo no início da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, ouvimos este apelo: “convertei-vos e crede no Evangelho”. A conversão, antes de tudo, é para a própria fé; é um “voltar-se” para Deus, ouvir Deus, ir ao seu encontro, abrir espaço para acolher Deus na vida, obedecer a Deus e ter a alegria de estar com Deus. Sim, porque é em comunhão com ele que está a nossa vida e nossa paz.

E isso tem a ver com nossa fé em Jesus Cristo, fé que renovaremos alegremente na noite pascal. Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, nosso Salvador e Senhor da Igreja, está no centro da nossa fé, inseparavelmente unida à fé em Deus.

No segundo domingo da Quaresma, lemos o Evangelho da transfiguração de Jesus no Tabor (cf Lc 9, 28-36), que nos traz alguns elementos basilares de nossa fé em Jesus Cristo. Os discípulos já viam em Jesus alguém extraordinário, mas ainda não tinham compreendido quem, de fato, ele era. Três deles – Pedro, Tiago e João –, acompanham Jesus ao alto do monte, onde Jesus se põe a rezar e se “transfigura” diante deles. O evangelista descreve uma cena do céu: Jesus, glorioso, resplendente, em companhia dos santos, na presença de Deus Pai. Pedro fica deslumbrado com a glória de Deus, quer ficar ali para sempre: “Bom é estar aqui! Façamos aqui três tendas...”.

Por um momento, ele experimentou que estar com Jesus é estar com Deus, é ter a “salvação”, é estar no céu! Não bastasse o esplendor da glória divina que brilha em Jesus e os envolve também, eles ainda ouvem a voz vinda da nuvem, sinal bíblico da presença de Deus: “este é meu filho, o escolhido. Escutai o que ele diz!”. É o próprio Deus que atesta quem é Jesus: é o Filho amado, o Escolhido para dar vida e esperança a todos os homens. Ouvir o Filho é ouvir o Pai, que o apresenta e recomenda aos homens.

Pedro e os companheiros fizeram a experiência da beleza, do deslumbramento, da paz, da saciedade, do objetivo final de todas as buscas, da realização plena do sentido da vida: “é bom estar aqui! Vamos ficar para sempre!”. A expressão traduz aquilo que experimentam os bem-aventurados e santos no céu, na companhia de Deus. Pedro, Tiago e João sentiram isso, estando com Jesus na transfiguração.

Os demais apóstolos tiveram essa mesma experiência nos encontros pascais com Jesus, após sua ressurreição. E será essa a base inabalável para sua fé, que depois os sustentará nas perseguições, ameaças, torturas e até diante do martírio: “não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos, do que nossos olhos contemplaram e nossas mãos tocaram...”. Nossa fé em Cristo nos dá essa experiência antecipada da plenitude, do céu, da “salvação”, embora isso ainda seja “através do véu”, e não visão clara e definitiva.

Jesus, com seus discípulos, desce novamente do monte da glória e volta para a planura da vida presente. Ainda não é a hora do céu e Jesus os convida seguir com ele para Jerusalém, o lugar da sua rejeição e condenação à morte. Por enquanto, a vida é caminho no seguimento dele e de anúncio do Reino de Deus. Também eles devem tomar sua cruz cada dia e seguir atrás de Jesus. A transfiguração foi para lhes dar certeza e coragem, para não se escandalizarem diante da humilhação e do desprezo, diante da condenação de Jesus à morte. “A fé é a certeza a respeito das coisas que ainda se esperam” (Hb 11,1). Na base de nossa fé está Jesus Cristo, Filho de Deus, verdadeiro homem, a quem Deus enviou ao mundo com autoridade e poder para “salvar” o homem.

No Tabor, os apóstolos tinham visto a glória de Cristo; no Calvário, eles só veem o homem desfigurado, desprezado, desacreditado... Custa-lhes crer que ele seja o Filho de Deus! Ficam escandalizados, fraquejam e fogem. Apenas João permanece junto da cruz. Contudo, depois do encontro com o Ressuscitado, os outros também voltam a Jesus, a começar por Pedro; ficam novamente fortes na fé em Jesus Cristo, Filho de Deus, Filho do Homem. Por ele dão a vida e nunca mais deixarão de falar, também através dos seus sucessores, das coisas que viram e ouviram.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 26.02.2013

Conselho de Leigos realiza Assembleia Geral em Bauru

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil – (CNLB) do Regional Sul 1 da CNBB, realiza nos dias 1, 2 e 3 de março, no Centro de Transformação e Vivências (CTV), em Bauru (SP), a sua Assembleia Geral Ordinária.

A Assembleia que dará continuidade ao processo de formação, terá como tema “Por um novo agir, com fé renovada e esperança ativa”, ligado às celebrações pelos 50 anos da realização do Concílio Vaticano II, que será refletido por mais de uma centena de conselheiros adultos e jovens.

Durante a realização da Assembleia, no dia 2 à noite, acontece solene celebração, fazendo memória pelos 40 anos de atividades da Pastoral da Juventude. “Será uma celebração para reafirmar profeticamente a caminhada do CNLB-SUL 1 com a juventude, revigorando a opção afetiva e efetiva pela vida dos jovens no Estado de São Paulo”, destacou um dos coordenadores da animação litúrgica do CNLB-SUL 1.

Colaboração, Reinaldo Oliveira

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Nossa fé na Igreja

Por Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

Desde que, no dia 11 de fevereiro, o papa Bento 16 anunciou que renunciará à Cátedra de São Pedro como Sumo Pontífice, no dia 28 de fevereiro, apareceram na mídia as manifestações mais diversas sobre o Papa e a Igreja. De repente, a Igreja Católica está novamente no centro das atenções, talvez até para a surpresa e irritação daqueles que achavam que ela já fosse página virada na história. Muitas dessas manifestações são compreensíveis apenas a partir de posições preconceituosas em relação à Igreja, que não vão além de retirar da gaveta (ou da internet) velhos fichários, aplicando-os às circunstâncias presentes de maneira inapropriada e até injusta. Quanta especulação em torno da renúncia do Papa!

Mas quem leu as palavras do próprio Bento 16, ao apresentar sua intenção de renunciar diante de um grupo de cardeais? Elas foram logo sendo colocadas de lado ou postas sob suspeita, como não verdadeiras, e todas as atenções voltaram-se para as teses de supostos “entendidos” nas coisas do Vaticano, mais sabedores das intenções do Papa que ele próprio!

Será que o Papa não merece mais respeito e crédito naquilo que disse em seu comunicado, emitido somente depois de longa e conscienciosa reflexão e oração diante de Deus? Falaram de tribuna os críticos do Papa e da Igreja; mereceriam eles mais fé que o próprio Papa, quando fala da sua intenção de renunciar e dos motivos que o levaram a isso? Algumas considerações dão a impressão de não distinguir entre o que é fantasia de romance e de cinema e o que é a realidade mesma. Como é importante, nesses momentos, ir às fontes, ao texto original, e não se basear em conceitos e considerações várias vezes recicladas, até perderem a aderência ao fato que lhes deram origem!

A verdade é que o próprio Bento 16 havia aludido, há cerca de dois anos, a possibilidade da renúncia no livro de entrevistas dadas a um jornalista alemão, publicado em português com o título – “Luz do Mundo”. Por outro lado, embora a renúncia de um papa seja um fato novo para nós, essa possibilidade até está prevista no Código de Direito Canônico. O Papa teria renunciado por pressão de alguém? Tenho a certeza de que não foi por isso. Ele mesmo disse que tomou essa pesada decisão somente depois de rezar longamente e de examinar várias vezes a sua consciência diante de Deus. As suas condições de saúde, devidas também à idade, já não lhe permitiam mais levar adiante, de maneira adequada, a grande responsabilidade de sumo pontífice. Por isso, decidiu renunciar e pediu que os cardeais elejam um novo papa.

E como fica a Igreja? Deverá ter um novo papa, pois ela tem no papa o sucessor do apóstolo Pedro, a quem Jesus confiou o pastoreio universal das ovelhas do Supremo Pastor, Jesus Cristo. Como Pedro, o papa recebe de Cristo a missão de “confirmar os irmãos na unidade fé” e de ser o “primeiro” dentre os sucessores dos apóstolos, que são os bispos; estes, unidos ao papa, são responsáveis pela Igreja presente em cada uma de suas dioceses. Todos juntos e unidos ao papa, eles são responsáveis pela vida e a missão da Igreja inteira. Nossa Igreja não pode ficar por longo tempo sem o papa. E enquanto a sede de Pedro está vacante, a própria norma da Igreja prevê como deve acontecer tudo para eleger um novo papa.

Neste tempo, devemos colocar-nos em atitude de oração e pedir que o Espírito Santo aumente a nossa fé e conduza a Igreja na fidelidade a Cristo e seu Evangelho. O Espírito o faz através das mediações humanas, em que pode haver deficiências e falhas, como acontece em toda parte onde há pessoas e organizações humanas. No entanto, sendo o Espírito Santo a “alma da Igreja” e Aquele que a conduz de maneira sua, e misteriosa e segura, ela sempre consegue encontrar as respostas para as situações novas que vive.

As avaliações e análises sobre a Igreja, que a consideram simplesmente uma organização humana e não levam em conta essa realidade de fé, acabam sempre sendo deficientes. Só com o olhar da fé, e a partir de dentro dela, é que se pode compreender bem a Igreja. Ela faz parte daquele Mistério da Fé, relacionado diretamente com o desígnio e a ação de Deus salvador e com o Mistério de Jesus Cristo Salvador.
Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 19.02.2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sub-região Aparecida anuncia novo subsecretário

Presidência do Regional Sul 1 recebeu a primeira visita
do Pe. Leandro. Ele a direita da foto ao lado do Pe. Kleber
Após a saída do padre Kleber Rodrigues da Silva da coordenação da sub-região pastoral de Aparecida, foi anunciado o novo padre coordenador de pastoral. Trata-se do padre Leandro Alves de Souza, que assume o cargo de subsecretário de pastoral da Sub-Região Aparecida.

Pe. Leandro da diocese de Taubaté e atua como Vigário Paroquial do Santuário de Santa Teresinha, em Taubaté, e assume a Coordenação Diocesana de Pastoral, também no lugar do Padre Kleber. Agora no Regional Sul 1 da CNBB, o padre ficará responsável junto com Dom Carmo João Rhoden, Presidente da Sub-região Aparecida promover o intercâmbio e a partilha entre as dioceses que compõem essa sub-região (Aparecida, Caraguatatuba, Lorena, São José dos Campos e Taubaté) e encaminhar à Comissão Episcopal Representativa assuntos pastorais que devem ser tratados em âmbito do Regional.

"Trata-se de um desafio e de uma grande responsabilidade, no entanto, contamos com a graça do Espírito Santo e vamos procurar dar continuidade ao que já vinha sendo feito pelo Padre Kleber", disse Pe. Leandro, ao Informativo do Regional Sul 1 da CNBB.

O novo subsecretário já começou seus trabalhos nesta quinta-feira (14), durante sua apresentação na reunião da Comissão Representativa do Regional Sul 1 da CNBB, em São Paulo. O Padre Kleber continua na coordenação da Comissão de Liturgia do Regional Sul 1.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Conser Sul 1 partilha temas para a próxima Assembleia dos Bispos


O Conselho Episcopal Regional Sul 1 da CNBB realizou reunião da Comissão Episcopal Representativa nesta quinta-feira, 14 de fevereiro com extensa pauta de trabalho, destacando-se a partilha de temas para a 76ª Assembleia Regional dos Bispos, que será realizada em Aparecida, SP, nos dias 10 a 12 de junho de 2013.

Na abertura, o presidente do CONSER Dom Odilo Pedro Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo refletiu o texto de Is 55, 6-7, da Oração das Nove: “Com este texto a Igreja repete o apelo da Liturgia da Quarta-feira de Cinzas: voltai ao vosso Deus e Senhor, arrependendo-se dos vossos pecados”. Sobre a Campanha da Fraternidade de 2013, com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8), refletiu o arcebispo: Esperamos que esta Campanha da Fraternidade consiga envolver a sociedade como um todo na questão do jovem. Não é uma Campanha dos jovens, mas momento propício para o envolvimento da sociedade para refletir o momento da juventude no Brasil, ouvindo os jovens. Uma questão para refletirmos seriamente: que mundo estaremos entregando às gerações futuras? Há hoje um desmanche de valores. Precisamos lutar contra isso. A inclusão e a participação dos jovens na vida da Igreja é sumamente importante, mas para isso precisamos resgatar valores religiosos que a sociedade vem perdendo”, completou.

O presidente também exortou para a preparação do que chamou de “grande momento do Regional neste semestre: a Assembleia Regional dos Bispos”. Também comentou a renúncia do papa Bento XVI: “A decisão do papa foi livre, coerente e pública. Foi um ato que surpreendeu a todos, mas que demonstra humildade, desapego ao poder e sabedoria”.

O secretário-geral Dom Tarciso Scaramussa, Bispo Auxiliar de São Paulo conduziu os trabalhos. Divididos em grupos, os participantes apresentaram várias sugestões de temas para a Assembleia dos Bispos, destacando-se: “retomada das exigências da Ação Evangelizadora, com ênfase em “Comunidade de Comunidades”; como transmitir a Fé na família e na sociedade; o que propor para a juventude após a Jornada Mundial da Juventude”. Os bispos receberam as sugestões para a devida partilha na reunião reservada e o tema definido será anunciado por ocasião do envio das cartas-convites.

A reunião terminou após os comunicados dos Sub-regiões pastorais e Organismos.

Colaboração, Diác.  José Carlos Pascoal.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dom Odilo comenta sobre a renúncia do Papa

A notícia da apresentação da renúncia do papa Bento 16 continua repercutindo em todo o mundo. Vários membros do clero e autoridades políticas já se manifestaram sobre o assunto. O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, está em Roma e comentou a renúncia papal.

Dom Odilo explicou que esse é um momento novo na vida e na história da Igreja, já que há 800 anos um Papa não renunciava, embora a renúncia papal esteja prevista no Direito Canônico. "Teremos o conclave no mês de março e a eleição do novo Papa. Claro que tudo isso é novo e acontece de uma forma nova, não em decorrência da morte do Papa, mas pela renúncia do Papa. Portanto, reveste-se um pouco com caráter de novidade e de surpresa."

O convite do Cardeal é para que todos os católicos vivam este tempo com interesse e oração. "Também com sentimento de gratidão e de carinho para com o Papa Bento 16 que teve uma enorme coragem, humildade, uma grandeza de alma em apresentar o gesto da sua renúncia, não sentindo-se mais em condições físicas pela idade e pela fragilidade que está chegando, de governar a Igreja como é necessário nas atuais circunstâncias".

Dom Odilo destaca ainda a reflexão que o próprio gesto do Papa deixa para todos, de que a Igreja não é sustendada pelas pessoas, mas pelo próprio Cristo e recordou as palavras de Jesus no Evangelho de São Mateus: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." Mat 28,20.

Fonte/Foto: Site da Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Dom Cláudio fala da renúncia do Papa



Por telefone o arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, cardeal dom Cláudio Hummes (foto), disse que a Igreja recebe com muita surpresa esta renúncia do papa Bento 16, fato que aconteceu apenas uma outra vez na história.

O cardeal destacou, que Bento 16 já havia escrito em seu livro "Luz do Mundo" que quando não sentisse mais condições de estar a frente da Igreja renunciaria.

Dom Cláudio disse que este é um momento para a Igreja "agradecer a Deus esse grande pontificado de Bento 16" e, também, "rezar por ele para que Deus o abençoe e fortaleça".

De certa maneira a sociedade, principalmente fora da Igreja, já começa a fazer conjecturas e especulações a cerca de nomes para assumir a Cátedra de Pedro, dom Cláudio disse que a eleição do Papa "não é como as eleições políticas". Certamente os Cardeais conversam entre si, porém não formam chapas, destacou o arcebispo emérito.

Fonte: Do site da Arquidiocese de São paulo

Bento XVI anuncia renúncia



A Rádio Vaticano divulgou a informação de que o papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira que renunciará ao cargo no dia 28 de fevereiro. Eis o texto integral do anúncio:

“Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, quer do corpo, quer da mente; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI
.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Secretário Geral da CNBB ministra aula inaugural em curso de teologia para leigos da diocese de Limeira





O Centro Diocesano de Formação Teológica (CDFT), da Diocese de Limeira (SP), realizou, no dia 2 de fevereiro, na Faculdade Anhanguera, em Limeira, aula inaugural do primeiro semestre de 2013,  com o tema “A ‘Nova Evangelização’, à luz do Ano da Fé”, ministrada por Dom Leonardo Ulrich Steiner (foto), Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF) e Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dom Leonardo,  apresentou teológica e pastoralmente a expressão “Nova Evangelização” e destacou trechos da Carta Apostólica PORTA FIDEI, do Sumo Pontífice Bento XVI, com a qual se proclamou o Ano da Fé, reflexões efetivadas na XIII Assembléia do Sínodo dos Bispos, que ocorreu em outubro de 2012.

Segundo Dom Leonardo, ao vivenciarmos o Ano da Fé, devemos refletir e redescobrir o caminho da fé, que nos conduz e nos leva ao encontro com Cristo. Um período onde percebemos que Deus nos revela o seu infinito Amor, ao renovarmos nossa conversão ao Senhor. Com nossos corações cheios do amor de Cristo, estamos motivados a evangelização. Além disso, apontou ainda o conteúdo da fé, revelado em Cristo, cuja incidência encontra-se na caridade, compreendida com amor em movimento, na efetividade da relação com as pessoas.

Cerca de 200 pessoas participaram da aula inaugural entre alunos, ex-alunos, autoridades civis e religiosas. O prefeito de Limeira, Paulo Hadich, também esteve presente. Ao final do encontro, padre Paulo Sérgio Lopes Gonçalves (Coordenador Geral do CDFT), padre Éder Justo (Coordenador Diocesano de Pastoral) e padre José Valter Rossini (vigário episcopal) proferiram palavras de agradecimentos à Dom Leonardo, finalizando assim as atividades do dia.

O curso de teologia para leigos tem como objetivo oferecer aos participantes uma formação teológica básica para aprofundamento da própria fé; qualificar agentes para os vários serviços nas comunidades de fé e proporcionar  aos participantes maior articulação entre a fé e compromisso social.

Fonte/Fotos: De Limeira, Marco Antonio Erbeta da Assessoria Diocesana de Imprensa

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Mons. Darci foi ordenado Bispo neste domingo



Na missa das 18h deste domingo (3), no Santuário Nacional, o Monsenhor Darci José Nicioli foi ordenado bispo pela imposição das mãos e oração consecratória do Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis.

Foram consagrantes o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, o bispo emérito de Barretos (SP), Dom Pedro Fré, bem como vários outros bispos presentes.

Estavam presentes na celebração o Superior Geral da Congregação Redentorista, padre Michael Brehl, o Superior Provincial da Província Redentorista de São Paulo, padre Luiz Rodrigues, sacerdotes diocesanos, os Missionários Redentoristas, diáconos, religiosos, seminaristas e diversas autoridades civis e militares.

Os fiéis da Arquidiocese de Aparecida, os conterrâneos de Monsenhor Darci da cidade de Jacutinga, os familiares, os amigos e os romeiros de todas as partes do Brasil puderam prestigiar a ordenação de Monsenhor Darci José Nicioli no Altar Central do Santuário Nacional, aos pés de Nossa Senhora Aparecida.

Em sua homilia, Dom Raymundo Damasceno afirmou que ao bispo é confiada tríplice função na Igreja.

“A primeira e mais importante delas é a de Servidor da Palavra de Deus. Essa missão é simbolizada pelo livro dos evangelhos que será colocado aberto sobre a cabeça do bispo ordenando. A segunda missão é a de Santificador, pela administração dos sacramentos. A terceira, como escutamos da leitura do Evangelho, é a de Servidor do povo de Deus, que deve ser exercida, conforme o coração de Cristo, o Bom Pastor: com caridade, conhecimento do rebanho e solicitude com todos, em particular com os pobres, na defesa corajosa da vida e da dignidade humana; na promoção do diálogo ecumênico e inter-religioso; na busca das ovelhas perdidas para reconduzi-las ao único redil, que é a Igreja”, afirmou.

O Cardeal falou em especial ao bispo eleito que a partir de hoje é chamado a exercer seu episcopado em comunhão com o bispo diocesano, o presbitério e os fiéis leigos.

“Caro Monsenhor Darci, como Bispo Auxiliar, Vossa Reverendíssima é chamado, a partir de hoje, a exercer seu múnus episcopal em comunhão com o Bispo diocesano, o presbitério, os fiéis leigos a serviço da porção do povo de Deus que caminha nesta Arquidiocese e, também, dos milhões de romeiros que acorrem ao Santuário para agradecer as graças recebidas e suplicar as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora”.

Dom Damasceno agradeceu Monsenhor Darci por aceitar sua designação para Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aparecida.

“Agradeço-lhe a disponibilidade em aceitar sua designação para Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aparecida, colocando-se ao serviço do Reino, com humildade e mansidão, a exemplo de Jesus Cristo, o Bom Pastor, manso e humilde de coração, que veio para servir e não para ser servido, que veio para dar a vida por suas ovelhas”.

“Presto-lhe minha homenagem por sua ordenação, venerando a sacralidade do episcopado que lhe vai ser conferido, reconhecendo nele a plenitude do sacerdócio”, acrescentou.

Monsenhor Darci José recebeu a unção da cabeça com óleo do Crisma, o Anel Episcopal, a Mitra e o Báculo Pastoral, Insígnias episcopais.
Ao final da celebração, Dom Darci José foi saudado pelos bispos presentes, sacerdotes e por todo o povo que acompanhava a ordenação na Basílica de Aparecida.

Dom Darci José Nicioli escolheu o lema ‘Signum tuum Luceat’ (Que a Tua luz brilhe), expressando a motivação espiritual do seu Ministério: Que brilhe a Luz de Cristo por Maria, intercessora e perpétuo socorro em sua vida.

Em entrevista ao Portal A12, Dom Cláudio Hummes falou que a nomeação de Dom Darci José é uma alegria para a Igreja no Brasil.

"Dom Darci é um dom. Parabenizo a Arquidiocese de Aparecida, em especial, o Cardeal Damasceno pela ordenação de Dom Darci. É um ganho para a Igreja e para a Arquidiocese de Aparecida. Ele é alegria, motivação, um verdadeiro dom de Deus", afirmou.

Dom Darci José Nicioli  - Nasceu no dia 01 de maio de 1959, na cidade de Jacutinga, no interior de Minas Gerais.

Entrou para o Seminário Redentorista Santo Afonso de Aparecida em 1974, onde cursou o Ensino Médio. Em 1977 iniciou o curso de Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Em 1982 fez a sua profissão religiosa na Congregação do Santíssimo Redentor, indo morar em São Paulo para iniciar os estudos teológicos no ITESP – Instituto de Estudos Superiores São Paulo, em São Paulo (SP).

Em 1986 foi ordenado padre em sua cidade natal. Neste mesmo ano seguiu para Roma, onde estudou Teologia Dogmática, no Pontifício Ateneo Sant’Anselmo di Roma, conquistando o título de mestre em teologia.

Retornando de Roma para o Brasil, exerceu inúmeros serviços na Província Redentorista de São Paulo: Diretor de Seminário (1989-1996), Vigário Paroquial (1989-1996), Conselheiro Provincial (1996-2002), Professor de Teologia Dogmática-Sacramentaria – ITESP/SP e PUCCAMP (1989-1996).

Já foi ecônomo do Santuário Nacional de Aparecida entre os anos de 1997 e 2005. Posteriormente três anos residiu em Roma, ocupando a função de Reitor da Casa Geral dos Missionários Redentoristas e do Santuário Internacional de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Em dezembro de 2008 foi nomeado reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Fonte: Portal A12

Mensagem do papa Bento XVI para o tempo da Quaresma

Nos aproximamos de um tempo de graça e conversão. Para vivenciar este período, o Vaticano divulgou mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013.

Na mensagem o Pontífice afirma que a celebração da Quaresma, no contexto do Ano da Fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade.

“Entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros”, afirmou o Papa na mensagem.


Leia a mensagem do Papa Bento XVI para o tempo da Quaresma na íntegra:

Crer na caridade suscita caridade  
«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16)  

Queridos irmãos e irmãs!
A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.
«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé
Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).
Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).
A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade
À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.
A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).
Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade
Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).
Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).
A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).
Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!
Vaticano, 15 de Outubro de 2012

 
BENEDICTUS PP. XVI

Diocese lança Texto-Base da Campanha da Fraternidade

Texto-base da CF-2013 será apresentado
na Diocese de Jundiaí
     
O lançamento do Texto-Base da Campanha da Fraternidade (CF) 2013, na Diocese de Jundiaí, será realizado, amanhã, dia 6 de fevereiro, em evento organizado pela Coordenação da CF e pelo Setor Juventude, na Cúria Diocesana de Jundiaí, a partir das 19h. O lançamento do Texto-Base é direcionado às autoridades civis que trabalham com a juventude, conselheiros tutelares, membros dos conselhos de direitos da criança e adolescente, agentes da CF e a comunidade em geral.

O evento contará com palestra do economista e advogado Cláudio Ramos, gestor social e integrante da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB/SP, conselheiro municipal de Direito da Criança e do Adolescente de Osasco. Ramos falará aos presentes sobre políticas públicas para a juventude. Também participarão o padre Julio Cesar de Macedo Souza, assessor eclesiástico do Setor Juventude, e o padre Geraldo da Cruz Bicudo de Almeida, coordenador da Ação Evangelizadora.

Em toda a Diocese de Jundiaí, nos 11 municípios que a compõem, as comunidades paroquiais já se organizam para a realização da CF 2013, com o objetivo de refletir sobre as necessidades da juventude, tratando-a como sujeito e não como mero objeto, pois os jovens devem ser participantes na construção de uma sociedade que atenda às necessidades dessa nova geração. Conforme o Texto-Base, a Campanha busca, no contexto do Ano da Fé, mobilizar a Igreja e os segmentos da sociedade, a fim de se solidarizarem com os jovens, favorecendo-lhes espaços, projetos e políticas públicas que possam auxiliá-los a organizarem a própria vida, a partir de escolhas fundamentais.

O lançamento do Texto-Base da CF 2013 acontecerá no auditório da Cúria Diocesana de Jundiaí, à Rua Engenheiro Roberto Mange, 400, bairro Anhangabaú. Não é necessária prévia inscrição.

Fonte: Diocese de Jundiaí

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Santuário celebra missa pelo 7º dia de falecimento dos jovens de Santa Maria (RS)

O Santuário Nacional de Aparecida terá como intenção especial para a missa das 9h deste sábado (2), os jovens falecidos no incêndio ocorrido na madrugada do último domingo em Santa Maria (RS).

No início da missa, dia em que a Igreja Católica celebra a ‘Apresentação do Senhor’, um banner com os nomes de todos os que faleceram será entronizado. Velas representarão cada um dos jovens falecidos.
“Na festa da apresentação do Senhor, celebramos o 7º dia de falecimento, que é a passagem para junto de Deus, de tantos irmãos da cidade de Santa Maria (RS). Irmãos estes que, na floração de sua juventude terminaram de forma trágica sua missão neste mundo, mas que tem a alegria de contemplar a face Daquele que os criou. Eles são como velas, que juntas reluzem junto de Deus, mostrando que o céu nesta ocasião ganha o brilho da juventude”, mencionou o prefeito de Igreja Padre Valdivino Guimarães.
Na última segunda-feira, o Santuário Nacional rezou, especialmente em todas das missas, pelas vítimas da tragédia e seus familiares.

Mais informaçoes com Flávia Gabriela da Assessoria de Imprensa do Santuário (12) 3104 1040 / 12 9709 2802 flavia@santuarionacional.com www.A12.com/

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Missa de envio do Missionário padre Antonio Luis Fernandes




Nesta quinta-feira (31), às 10h foi realizada na sede do Regional Sul 1 da CNBB, a Missa de envio do padre Antonio Luis Fernandes que parte em missão neste ano de 2013 para São Gabriel da Cachoeira, situada ao noroeste do Estado do Amazonas. Ele levará a Boa Nova aos lugares mais distantes.

A celebração foi presidida pelo Cardeal arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Odilo Scherer e concelebra pelo bispo da Diocese de Jundiaí e Presidente do Conselho Missionário Regional (Comire), Dom Vicente Costa e o Bispo Auxiliar de São Paulo e Secretário-geral do Regional Sul 1, Dom Tarcísio Scaramussa.

A Missa contou ainda com a presença dos padres Nelson Rosselli Filho, secretário adjunto do Regional Sul 1; Éverton Aparecido da Silva, assessor do Comire; Joaquim Ferreira Gonçalves, consolata e diretor da Revista Missões, entre outros padres. A presidente da Conferencia dos Religiosos do Brasil (CRB) – Regional São Paulo, Ir. Geni dos Santos Camargo esteve na celebração. Estavam ainda presentes a mãe do padre Luis – Maria Baioni Fernandes – outros familiares, ex-paroquianos e convidados.

Em sua homilia, Dom Odilo ressaltou a importância deste Ano da Fé. O Cardeal fez um convite para que cada cristão coloque em prática o compromisso de se aprofundar e intensificar uma reflexão sobre esta fé em Cristo Jesus. Assim daremos testemunho de fé em nossas comunidades, em nossas casas e no meio de nossas famílias, para que cada um se sinta  membro do “corpo missionário de Jesus Cristo, no mundo”.

Por ocasião da celebração de envio, o bispo diocesano de Limeira (SP), Dom Vilson Dias de Oliveira, DC, enviou uma mensagem que foi lida durante a celebração. Na mensagem, o bispo manifestou a sua alegria com a ida do padre Luis. "Ele, conhecedor das necessidades do Regional Norte da CNBB, manifestou o desejo de servir temporariamente a Igreja no Amazonas. Alegramo-nos com sua disponibilidade. Nosso Senhor tem sido generoso conosco e nos tem pedido também generosidade. Pe. Luis será o segundo padre diocesano que enviamos em missão, além de alguns leigos da Sub-Região Campinas que já estão há alguns anos trabalhando nessa região".

Ainda na mensagem, o bispo manifestou “gratidão ao Regional Sul 1 e à coragem do padre Luis pela sua determinação em servir uma Igreja que clama por mais sacerdotes e servidores do Evangelho. Que Deus o abençoe e lhe dê a graça de servir a Cristo na pessoa dos povos amazonenses que ali vivem”.

Padre Antonio Luis Fernandes - Natural de Leme (SP). Entrou para o Seminário dos Padres Claretianos em 1986. Depois de um ano, prestou vestibular e ingressou no Seminário Diocesano São João Maria Vianney em Limeira (SP), onde cursou filosofia e teologia na PUC-Campinas. 

Em junho de 1997 se ordenou padre na Paróquia de São Manoel em Leme.

Nos últimos anos, padre Luis se dedicou aos trabalhos das Paróquias Santa Rita de Cássia (Leme), São Paulo Apóstolo (Limeira) e Senhor Bom Jesus (Americana), onde foi pároco.

Trabalhou, ainda, na formação dos leigos como professor das escolas de teologia, catequética e fé e política. Com especialização em psicodrama, o padre acompanhou a formação dos novos padres na Dimensão humano afetiva.

O padre Antonio Luis Fernandes pertence à Diocese de Limeira e vai ficar três anos na Prelazia de São Gabriel da Cachoeira (AM), através do Projeto Missionário Sul 1 - Norte 1.

Entrevista
Logo após a celebração, padre Luis concedeu esta entrevista:

Quando e como surgiu a ideia de ser missionário?
Existem dois momentos bem distintos da minha vocação missionária. A primeira, quando minha mãe grávida de mim no sexto mês, trabalhando no corte de cana, foi surpreendida por um temporal e não tendo tempo para voltar para o abrigo do caminhão, escondeu-se num capela abandonada e lá, diante de uma imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus, rezou e ofereceu a vida da criança para as missões. A segunda, quando já crescido e com capacidade de decidir, aprendi a olhar a Igreja e a sua missão a partir do modelo do grupo de Jesus que é eminentemente missionário, com dedicação a ir adiante criando, formando e animando as comunidades.

O que levou o senhor escolher o Projeto Missionário na Amazônia, especialmente São Gabriel da Cachoeira?
A escolha pelo Projeto se deu por uma questão de comunhão eclesial: a Igreja do Brasil, a partir da CNBB sempre teve um olhar para os desafios que a Amazônia representa para a Evangelização. O Projeto Sul 1 Norte 1 abre uma porta que permite que nós, diocesanos, também realizemos esse ideal proposto pelo Vaticano II de nunca restringir a Igreja e o ministério presbiteral a um local geográfico apenas, mas sim, à extensão do Reino como um grande horizonte a ser contemplado na comunhão e na participação.
Já a minha ida a São Gabriel da Cachoeira (AM) não foi uma escolha pessoal e sim, uma adequação do próprio projeto que, atento à necessidade das dioceses e, a partir da solicitação dos bispos do Regional Norte 1, faz as designações. A gente aceita e tenta fazer o nosso melhor.

Quais são as suas expectativas em relação à sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira?
Costumo dizer que a frustração é irmã gêmea da expectativa... Por isso mesmo, tento evitar criar expectativa demais pois isso pode significar algo não tão bom. O que quero, é chegar, conhecer as pessoas, a realidade, a Igreja do lugar, os agentes de pastoral que lá atuam, os diferentes missionários que dedicam suas vidas aquela Igreja, ouvir o bispo, saber das necessidades e, a partir das minhas forças e dons, tentar servir e ajudar no mais que puder. Inegável é o fato de que a realidade por si só já se imponha: um lugar onde 93% da população é indígena, com 23 etnias diferentes, 18 línguas, das quais 3 são oficiais, além da língua portuguesa; onde as distâncias são imensas e as dificuldades de transporte e comunicação são grandes, claro que gera na gente uma sensação de ansiedade e diria até, de medo. Mas Aquele que me chamou é fiel (1Ts 5, 24) já dizia Paulo o grande missionário dos gentios. Todavia, deverei chegar ao lugar, e começar a olhar e descobrir o que a missão pede de mim.

Como o senhor vê a Missão, hoje, na Igreja?
Hoje a Igreja vive um tempo de maturidade acerca da missão. Muitas são as frentes missionárias assumidas por ela. Muitos são os desafios que a Igreja tem se proposto a assumir e responder. Depois, acho que do ponto de vista teórico, o Vaticano II trouxe-nos uma riqueza imensa que abriu horizontes e possibilitou a Igreja assumir a missão como servidora e não como dona do Reino. Mas ainda nos falta a co-responsabilidade com a vida e os projetos missionários para que, os que podem ir, não sejam impedidos de ir por falta de recursos materiais, e nem os que ficam, não se sintam dispensados de também missionar a partir do lugar onde se encontram.

Para o senhor, o que significa esse momento de partir para a Missão além fronteiras?
Então, acho que agora é entender que estou pronto para viver aquilo que sempre me preparei. O desafio de partir nunca é fácil. Ir para uma terra e uma cultura diferentes sempre é desafiador. Mas,  o sim dado, não é apenas da pessoa que vai, é também da Igreja toda que envia e acompanha o missionário. Por isso mesmo, aceito o desafio sabendo que comigo vão minha diocese, meus amigos, minha família, as comunidades com as quais trabalhei, o Regional Sul 1. Aceito o desafio sabendo que lá me acolhem uma diocese, os padres e religiosas, os leigos e leigas, o bispo e o povo com quem vou ser Igreja nesse tempo de missão. E o melhor de tudo: aceito sabendo que a obra maior quem fará mesmo é o Espírito que nos socorre em todas as nossas necessidades.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Arcebispo de São Paulo emite "Nota de pesar e solidariedade" por mortos em Santa Maria

Cardeal dom Odilo une-se em oração às vítimas do trágico acidente que matou mais de 230 jovens no RS.

O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, publicou no final da tarde deste domingo, 27, "Nota de pesar e solidariedade" pelo acidente que matou mais de 230 jovens em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. No documento, que será encaminhado ao clero de São Paulo nesta segunda-feira, 28, o arcebispo recomenda a todos os padres da Arquidiocese de São Paulo que celebrem missas em intenção das vítimas do incêndio, bem como pelos feridos e pelos familiares.

Veja a íntegra da mensagem: NOTA de pesar e solidariedade

“Ó Deus, que governais o tempo e a vida dos seres humanos, nós vos recomendamos vossos filhos de quem choramos a morte prematura; dai-lhes gozar perene juventude na alegria da vossa casa. Por Jesus Cristo, vosso Filho, Senhor da vida. Amém”

No ano em que a Igreja no Brasil se alegra pela oportunidade única de valorizar a juventude e celebrar a sua vida, com a realização da Campanha da Fraternidade e da Jornada Mundial da Juventude, recebemos a chocante notícia da morte de mais de 230 jovens, a maioria universitários no incêndio de uma casa de diversão noturna em Santa Maria, RS., na madrugada deste domingo, dia 27 de janeiro.

A tristeza aumenta com a constatação de que a tragédia foi consequência de uma série de erros e omissões, certamente evitáveis, se tivessem sido observadas as normas de segurança prescritas. Em nome da Arquidiocese de São Paulo, apresento as mais sinceras condolências aos familiares e parentes das vítimas dessa dolorosa tragédia. Elevo orações a Deus pelos jovens que perderam tão prematuramente suas vidas, por aqueles que ficaram feridos e por seus familiares, que vivem este momento com profunda dor e consternação.

Rogo a Deus que os conforte! Peço também a todos os padres da Arquidiocese de São Paulo que celebrem santas missas nessas mesmas intenções. A Dom Hélio Adelar Rupert, arcebispo de Santa Maria, expresso minha solidariedade na dor, na prece e na missão de confortar os enlutados e feridos.

Da mesma forma, apresento minha solidariedade às famílias de Santa Maria e de todos os jovens falecidos, bem como às Autoridades públicas locais, fazendo votos de que as causas desse acidente sejam cuidadosamente apuradas e suas lições, aprendidas, para que no futuro, não aconteçam novas tragédias semelhantes em Santa Maria e em todo o Brasil.

São Paulo, 27.1.2013

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

domingo, 27 de janeiro de 2013

CNBB e arcebispo de Santa Maria (RS) manifestam solidariedade com as famílias das vítimas de incêndio

O cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, se une ao arcebispo de Santa Maria (RS), dom Hélio Adelar Rupert, que manifestou nesta manhã solidariedade às famílias das vítimas de um incêndio em uma casa noturna da cidade.

“Como Igreja de Santa Maria lastimamos este acidente e manifestamos a nossa solidariedade às famílias e a toda a sociedade. Não se perca a esperança: olhemos para Jesus Cristo, fonte da vida, o nosso Salvador. Oramos pelos falecidos e seus familiares e toda a sociedade que sofre esta tragédia”, afirmou dom Hélio.

O incêndio ocorreu durante a madrugada deste domingo, 27 de janeiro. Até o início da tarde de hoje, foi confirmada a morte de pelo menos 232 pessoas, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O número total de vítimas ainda é incerto. Há centenas de feridos sendo atendidos em hospitais da cidade, e uma campanha pede doações de sangue. Entre as vítimas estão muitos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.
Fonte: CNBB

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mensagem do Papa para DMC enfoca Redes Sociais

No dia em que a Igreja celebra S. Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, a Sala de Imprensa da Santa Sé apresentou na manhã desta quinta-feira, 24 de janeiro, a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 12 de maio.

“Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização” é o título da Mensagem, que publicamos a seguir:


Amados irmãos e irmãs,
Encontrando-se próximo o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013, desejo oferecer-vos algumas reflexões sobre uma realidade cada vez mais importante que diz respeito à maneira como as pessoas comunicam atualmente entre si; concretamente quero deter-me a considerar o desenvolvimento das redes sociais digitais que estão a contribuir para a aparição duma nova ágora, duma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade.


Estes espaços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana. A troca de informações pode transformar-se numa verdadeira comunicação, os contatos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar este grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma.


O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso, as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem.


A cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores. Muitas vezes, como acontece também com outros meios de comunicação social, o significado e a eficácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade. E frequentemente a popularidade está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação. Às vezes, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a quantos se expressam de forma mais persuasiva. Por conseguinte os meios de comunicação social precisam do compromisso de todos aqueles que estão cientes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de pessoas que procurem cultivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação. Tal diálogo e debate podem florescer e crescer mesmo quando se conversa e toma a sério aqueles que têm ideias diferentes das nossas. «Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza» (Discurso no Encontro com o mundo da cultura, Belém, Lisboa, 12 de Maio de 2010).


O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove. Na realidade, os fiéis dão-se conta cada vez mais de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. As redes sociais são o fruto da interação humana, mas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações: por isso uma solícita compreensão por este ambiente é o pré-requisito para uma presença significativa dentro do mesmo.


A capacidade de utilizar as novas linguagens requer-se não tanto para estar em sintonia com os tempos, como sobretudo para permitir que a riqueza infinita do Evangelho encontre formas de expressão que sejam capazes de alcançar a mente e o coração de todos. No ambiente digital, a palavra escrita aparece muitas vezes acompanhada por imagens e sons. Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afetiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus. Aliás sabemos que a tradição cristã sempre foi rica de sinais e símbolos: penso, por exemplo, na cruz, nos ícones, nas imagens da Virgem Maria, no presépio, nos vitrais e nos quadros das igrejas. Uma parte consistente do património artístico da humanidade foi realizado por artistas e músicos que procuraram exprimir as verdades da fé.


A autenticidade dos fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor, revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam «escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011). Um modo particularmente significativo de dar testemunho é a vontade de se doar a si mesmo aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana. A aparição nas redes sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar confirma a importância e a relevância da religião no debate público e social.



Para aqueles que acolheram de coração aberto o dom da fé, a resposta mais radical às questões do homem sobre o amor, a verdade e o sentido da vida – questões estas que não estão de modo algum ausentes das redes sociais – encontra-se na pessoa de Jesus Cristo. É natural que a pessoa que possui a fé deseje, com respeito e tacto, partilhá-la com aqueles que encontra no ambiente digital. Entretanto, se a nossa partilha do Evangelho é capaz de dar bons frutos, fá-lo em última análise pela força que a própria Palavra de Deus tem de tocar os corações, e não tanto por qualquer esforço nosso. A confiança no poder da ação de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e conflituosos e onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento. A propósito, recordemo-nos de que Elias reconheceu a voz de Deus não no vento impetuoso e forte, nem no tremor de terra ou no fogo, mas no «murmúrio de uma brisa suave» (1 Rs 19, 11-12). Devemos confiar no facto de que os anseios fundamentais que a pessoa humana tem de amar e ser amada, de encontrar um significado e verdade que o próprio Deus colocou no coração do ser humano, permanecem também nos homens e mulheres do nosso tempo abertos, sempre e em todo o caso, para aquilo que o Beato Cardeal Newman chamava a «luz gentil» da fé.


As redes sociais, para além de instrumento de evangelização, podem ser um fator de desenvolvimento humano. Por exemplo, em alguns contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados, as redes sociais podem reforçar o sentido da sua unidade efetiva com a comunidade universal dos fiéis. As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé. O envolvimento autêntico e interativo com as questões e as dúvidas daqueles que estão longe da fé, deve-nos fazer sentir a necessidade de alimentar, através da oração e da reflexão, a nossa fé na presença de Deus e também a nossa caridade operante: «Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine» (1 Cor 13, 1).

No ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem atual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contato inicial feito on line – a importância do encontro direto, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.


Enquanto de coração vos abençoo a todos, peço ao Espírito de Deus que sempre vos acompanhe e ilumine para poderdes ser verdadeiramente arautos e testemunhas do Evangelho. «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15).


Vaticano, 24 de Janeiro – Festa de São Francisco de Sales – do ano 2013.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Diocese realiza Abertura das Santas Missões

O Bispo Diocesano de Presidente Prudente (SP), Dom Benedito Gonçalves dos Santos, celebrou neste domingo (20), na cidade de Teodoro Sampaio, localizada no Pontal do Paranapanema, uma Missa de Abertura com o Envio dos missionários que vão realizar as Santas Missões Diocesanas (SMD) nessa cidade.

Na homilia o Bispo ressaltou a importância desta iniciativa e a necessidade da Igreja Particular de Presidente Prudente-SP se colocar em estado permanente de missão, citando os Documentos do Magistério da Igreja, de modo particular as últimas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, Documento 94 da CNBB.

De acordo com o padre Éverton Aparecido da Silva, assessor do Conselho Missionário Regional Sul 1 CNBB e um dos articuladores desta vivência missionária, em 52 anos de Diocese esta é a primeira iniciativa que envolve diversas paróquias e os seminaristas de Teologia e Filosofia numa missão. Ele espera visitar em torno de 5000 (cinco mil) famílias, organizadas em 16 comunidades, e o tema central é a advertência que João faz à Igreja de Laodicéia relatada no Livro do Apocalipse de São João 3,20: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”.

“Ser missionária é uma forma que encontrei de servir a Deus, respondendo ao chamado que Ele me fez no dia do meu batismo. Deixo tudo para viver uma experiência do encontro, com o outro e com Deus”, assegura a leiga Nilcéia Brigatto da Paróquia Santa Rita da cidade de Presidente Prudente-SP. José Carlos de Paula, casado, pai de duas filhas, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Parque dos Pinheiros, Álvares Machado-SP, disse que é membro do Conselho Missionário Paroquial (COMIPA) e da Pastoral Familiar, e esta missão veio para revigorar seu trabalho pastoral.

Na programação consta, além das visitas missionárias às famílias, Missa ou Celebração da Palavra, Procissão Luminosa, Terço Missionário, atividades com as crianças, Confissão, Adoração ao Santíssimo, Consagração a Nossa Senhora e um show com Pe. Rafael Contini e banda.

As SMD ocorrem de 20 a 27 de janeiro.

A cidade escolhida
Teodoro Sampaio foi escolhida para acolher a 1ª Santas Missões Diocesanas e ser a casa da missão diocesana porque está num processo de criação duma nova paróquia, é uma cidade com pouco mais de 20.000 (vinte mil) habitantes e socialmente carentes. Há uma participação de 82 missionários, entre locais e de dioceses vizinhas: seminaristas, padres, religiosos e vários leigos, todos engajados num trabalho pastoral em suas respectivas paróquias que se reuniram para colocar os seus dons a serviço da missão, depois dum tempo preparatório de formação.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

São Paulo, homem de fé



No dia 25 de janeiro, a Arquidiocese de São Paulo comemora a festa de seu Patrono, o Apóstolo São Paulo. No Ano da Fé, convém voltar para São Paulo um olhar especial, para perceber nele o homem de fé e a testemunha firme e qualificada de Cristo.

A sua fé, enquanto fariseu zeloso, talvez era a do estudioso das Escrituras, do intelectual, que procurava entender a letra dos testemunhos dos antepassados; era um encarregado intransigente de zelar pela prática intransigente e sem desvios de tudo o que se prescrevia na religião. Ele mesmo escreve que era zeloso mais que ninguém (cf Fl 3,6). Mas com o zelo dessa religiosidade formal, ele perseguiu os cristãos, que considerava desviados da fé (cf At 9,1-2). Mas, qual fé?!

Às portas de Damasco, ele teve o encontro inesperado com Cristo, em pessoa, que lhe fala: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Suas convicções são sacudidas por aquela voz. Sua fé estava baseada na letra; agora, a letra tem voz e se revela como pessoa! “Quem és tu, Senhor?” (At 9,5). A fé muda de base: das doutrinas e preceitos, passa a se confrontar com aquele que lhe fala e sobre quem versam doutrinas e letras.
Saulo tem a experiência marcante de sua fé cristã: o encontro pessoal com aquele mesmo que estava perseguindo e queria combater. Compreende e se entrega: “que devo fazer, Senhor?” (cf At 22,10). Está disposto a aprender tudo de novo; e será o que vai fazer, na escola de Gamaliel e no seu retiro de três anos “na Arábia”, como ele mesmo informa (cf Gl 1,17). Saulo já é “Paulo”, que significa “pequeno”, humilde.
E a imensa energia de seu caráter será posta, agora, inteiramente a serviço de Cristo, que teve misericórdia dele e o alcançou... A experiência do perdão, da misericórdia alcançada e da escolha que Cristo fez dele para ser apóstolo e missionário do Evangelho entre os povos não saem mais de sua cabeça e fazem seu coração transbordar: “Ele me amou e por mim se entregou!” (cf Cl 2,20).

Uma vez encontrado e reconhecido Jesus Cristo, Paulo aposta sua vida inteiramente nele: “para mim, o viver é Cristo”. Não lhe interessam mais as glórias deste mundo, nem mede esforços e fadigas para anunciar o nome de Cristo entre os povos, tentando atraí-los para Cristo, para terem, como ele teve, a experiência do encontro e do perdão. A fé, para ele, não será mais algo abstrato, mas referida à pessoa de Jesus Cristo, que lhe abriu todos os tesouros da compreensão e da graça.

A fé, para Paulo, é adesão viva e firme à pessoa de Jesus e, por meio dele, à pessoa de Deus. Essa adesão é perseverante, mesmo no meio das maiores dificuldades e provações, que deve enfrentar por causa de Cristo. Finalmente, essa fé mantém-se firme também nas prisões, torturas e no martírio.

Para Paulo, a fé é um novo modo de compreender o mundo, a vida, a conduta humana. A fé torna sábio “em Cristo”, leva a um “estar com Cristo”, a “viver de Cristo”, a esperar com firme confiança e a obedecer a Deus, por meio de Cristo. A fé significa, para Paulo, uma participação na vida, na morte e na ressurreição com Cristo. A fé é dom recebido e acolhido com gratidão e correspondido com coerência e conversão constante.

Como apóstolo e missionário, ele “gera filhos na fé” e os educa no Evangelho; suas cartas testemunham de maneira abundante esse zelo paternal em relação às diversas comunidades que tiveram origem com sua pregação e ação missionária. As recomendações a Timóteo e a Filémon mostram as qualidades de seu coração de pai e educador na fé. Aproximando-se do martírio, ele pode dizer com serenidade: “completei a minha corrida, guardei a fé!” (2Tm 4,7).

Olhando para esse Apóstolo, sentimo-nos encorajados a imitar seu exemplo de homem de fé, de testemunha de Cristo. Muitos outros, em tempos difíceis ao longo da história do Cristianismo, inspiraram-se nele e ajudaram a Igreja a recobrar ânimo e nova vitalidade missionária. Tempos de “nova evangelização”, como os que vivemos, requerem a mesma atitude... Olhemos para o exemplo de São Paulo e peçamos sua intercessão.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 15.01.2013

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1

crédito fotográfico: Luciney Martins

@DomOdiloScherer
..

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Campanha da Fraternidade 2013 será lançada na Diocese de Mogi das Cruzes no próximo domingo, dia 20

No próximo domingo, dia 20, às 18h, acontece a missa de abertura da Campanha da Fraternidade 2013 na Diocese de Mogi das Cruzes, presidida pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini, na Catedral Sant’Ana, localizada na Praça Coronel Benedito de Almeida, s/nº, em Mogi das Cruzes.

Neste ano, o tema da CF-2013 é “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8), e já anuncia a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será em julho na cidade do Rio de Janeiro e convoca a todos a serem verdadeiros missionários, principalmente, os jovens.

Serviço:
Diocese de Mogi das Cruzes
Avenida Francisco Rodrigues Filho, 248 – Vila Mogilar – Mogi das Cruzes/SP
Tel: (11) 4724-9734
Site: www.diocesedemogi.org.br

Luciana Martins - Assessoria de Imprensa
Tel: (11) 995.181.216
Atendimento na Cúria Diocesana: às quartas-feiras, 14h30 às 17h00
E-mail: imprensacuriamogi@gmail.com

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Visita ao Haiti

Encontro-me no Haiti desde o dia 8 de janeiro. Vim para cá com o Padre Gianpietro Carraro e alguns outros missionários e voluntários da Missão Belém. Fomos acolhidos e hospedados num centro missionário dos Padres Carlistas, que ficou em pé depois do terremoto; ali também estão abrigadas as religiosas da CRB, que vieram para trabalhar no Haiti, além da comunidade do Seminário Maior Diocesano do Haiti, com mais de 200 seminaristas.

Fizemos visita ao Arcebispo de Porto Príncipe, que estava reunido com vários sacerdotes, em retiro. Contou-nos um pouco sobre a situação da Igreja neste tempo posterior ao terremoto. Ainda falta reconstruir muitas igrejas, as missas continuam a ser celebradas debaixo de tendas, a construção do Seminário ainda não começou... A visita à catedral, em ruínas, é desoladora. No entanto, andando pelas ruas, já não se veem mais tantos sinais do terremoto; os materiais foram removidos e a maioria das casas recuperáveis parece ter sido reparada. Contudo, edifícios públicos, de governo, continuam em ruínas.

Ainda se observam grandes campos de tendas, onde as pessoas continuam a viver e a esperar uma casa para morar; muita gente também foi para as periferias da cidade e constituiu novas áreas de favelas, ocupando áreas disponíveis; outros, foram para as montanhas, perto de Porto Príncipe, onde o ar é melhor; também essas estão à espera de receber uma casinha. De fato, a poluição do ar é grande, além da poeira, pois é seco neste período.

Na visita ao Núncio Apostólico, pudemos ouvir uma nova explicação sobre a situação do país e sobre o fluxo das ajudas internacionais para a reconstrução do país. Uma breve visita aos Capelães do Brasil e do Paraguai, das Forças de Paz da ONU, também foi proveitosa para compreender o papel dessas forças internacionais, que continuam no Haiti, cuidando da segurança, mas em grau já diverso do início de sua presença; hoje já existe uma polícia haitiana, que começa a ter significado sempre maior para cuidar da ordem.

Passei a maior parte do tempo com os 7 missionários da Missão Belém, que estão estavelmente no Haiti. Eles vieram para cá há cerca de 2 anos e já estão fazendo um trabalho de grande significado e valor em Warf Jeremie, um bairro distante do centro de Porto Príncipe; trata-se de uma favela formada sobre um lixão imenso, onde as pessoas vivem em barracos paupérrimos, em condições degradantes para a dignidade humana, sobre o lixo, junto com um canal de esgoto a céu aberto, com porcos por todo lado e um mau cheiro insuportável. Dizem que seriam mais de 200 mil pessoas! Por toda parte, muitas crianças! Não há ruas, nem luz, nem água encanada. Não há trabalho e as pessoas procuram fazer bico para sobreviver.
Nesse bairro, já existem vários trabalhos sociais, de diversas organizações. Foi ali também que a Missão Belém iniciou, com o apoio de benfeitores de São Paulo e da Itália, um centro de acolhida para crianças; foram construídas várias casinhas simples, mas decentes, com salas para acolher crianças; funciona como uma escolinha, que já acolhe cerca de 450 crianças, desde 6 meses até 8 anos; a maioria delas são bem pequenas e isso requer a ajuda de voluntários e assalariados. A manutenção é assegurada por apadrinhamentos à distância e pela Providência de Deus...

A visita às salas foi comovente; as crianças estão limpinhas, bem nutridas, os olhinhos brilhando...Passam o dia inteiro ali e recebem alimentação 3 vezes ao dia. À tarde, voltam para suas mães. Se não estivessem ali, provavelmente estariam brincando sobre o lixo, em meio ao esgoto, passando fome... Com as crianças, os pais, sobretudo as mães, também são envolvidas na escolinha e aprendem a fazer muitas coisas úteis. Uma vez por semana, uma das religiosas da CRB, que é enfermeira, vai lá e dá alguma assistência à saúde.
Os missionários visitam as casas, promovem várias ações de evangelização com o povo e já falam o creolo fluentemente... Vi que são bem aceitos e bem quistos pelo povo. Eles mesmos também vivem numa choupana precária e muito pobre, como são as do povo, para compartilhar concretamente a vida daquela população.

Fizemos uma via sacra no meio da favela, esgueirando-nos entre os barracos, onde não existem ruas... Foi uma experiência chocante ver de perto onde e como vivem aquelas pessoas. A ideia de Jesus, que continua a carregar a cruz nas dores e sofrimentos da humanidade, foi muito forte.

Hoje, 12 de janeiro, transcorre o 3. Aniversário do terrível terremoto, no qual perderam a vida mais de 300 mil pessoas; entre elas, também Dra. Zilda Arns, que tinha vindo para cá para fundar a Pastoral da Criança. Rezarei uma Missa num santuário, lembrando de todas as vítimas. Já tive contatos com as religiosas da CRB, que estão empenhadas em várias frentes de trabalho para ajudar a população a retomar a vida; há várias congregações, de diversos países, bem como grupos de voluntários, fazendo o mesmo.

O Haiti continua sendo um país muito pobre e devastado; mas tem muitas possibilidades e, com muitos pequenos “milagres”, motivados pela solidariedade e a caridade fraterna, certamente conseguirá superar a situação atual.

Porto Príncipoe, 12.01.2013.

Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dom Odilo convida participantes do Curso de Verão a ‘darem testemunho de fé’

Na manhã desta segunda-feira, 7, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, esteve presente na abertura do segundo dia do 26º Curso de Verão, promovido pelo CESEEP, que tem como tema “Redes Digitais: Tecendo Relações, construindo comunidades, exercendo cidadania”.

Durante a sua saudação, o cardeal destacou que este é um momento muito especial para conhecer e “desfrutar da cidade, mas, sobretudo do Curso de Verão”. Dom Odilo ressaltou que o tema das redes é um assunto que está em voga na sociedade hoje em dia. “Ontem ainda eu escutava sobre em que estamos apenas no ‘B-A-BA’, que virá a ser toda essa temática da comunicação em rede, da nossa interação com as mídias, com as eletrônicas, que vai acabar com uma espécie de extensão de nós mesmos. No futuro nós estaremos muito mais conectados, não apenas para informação e não apenas de entretenimento, mas de comunicação vital, como por exemplo: nosso organismo, nosso corpo físico”, disse o arcebispo.

Dom Odilo causou riso nos participantes do 26º Curso de Verão, quando partilhou a informação divulgada em um programa dominical de televisão. Segundo a matéria exibida no programa, haverá uma casa inteligente que possibilitará aos seus moradores terem acessos à sua saúde a partir dos materiais e informações coletados pelos móveis e aparelhos instalados na residência. Como, por exemplo, um vaso sanitário inteligente que coleta informações a partir das fezes e já diz para o usuário as suas condições de saúde. Mesmo diante dos risos causados pela assembleia, o cardeal destacou que “isso poderá ser para o nosso bem, ou algo muito complicado se não for mantido dentro de parâmetros éticos e no controle daqueles que estiverem interessados”.

O arcebispo ainda refletiu sobre a influência das redes e da conexão dentro da vivência de fé. “Convido a todos os que creem e professam valores, para que usem dos meios virtuais para passar seu testemunho a fim de que este mundo seja melhor a partir da comunicação desses valores que traduzem a busca do mistério”, afirmou.

Fonte: Assessoria Comunicação Curso de Verão – Edcarlos