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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Papa saúda os fiéis em português


Durante a histórica audiência geral na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013. Papa Bento XVI, que no último dia 11 surpreendeu o mundo anunciando sua renúncia ao ministério petrino, despediu-se hoje dos fiéis católicos na Praça São Pedro.

Assim o Papa Bento XVI saudou os fiéis em português na última audiência pública do seu pontificado: "Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica".

Diocese de Amparo ganha Santuário Diocesano e o seu primeiro Plano de Pastoral

Dom Pedro preside à celebração festiva e campal
A Diocese de Amparo (SP), em missa festiva e campal nas escadarias do Santuário Sr. Bom Jesus de Monte Alegre do Sul, celebrou a instalação daquela Igreja Matriz como Santuário Diocesano. A missa, presidida por Dom Pedro Carlos Cipolini, bispo Diocesano, e concelebrada pelos padres da Diocese, aconteceu neste domingo, dia 24 de fevereiro. Nessa mesma missa foi entregue o 1º Plano de Pastoral da Diocese.
Cerca de 2 mil fiéis peregrinos marcaram
presença na celebração
Todas as paróquias da Diocese foram em peregrinação ao Santuário, reunindo, na praça de frente à Igreja, mais de 2 mil pessoas das 11 cidades da Diocese de Amparo. A missa teve início as 15h30. Já no inicio foi lido o Decreto de Instalação do Santuário. Na homilia, Dom Pedro Carlos ressaltou “que o Santuário foi quisto primeiro por Deus, depois pelo povo e agora pela Igreja que o reconhece”. Após a homilia foi entregue o Plano de Pastoral, elaborado de modo participativo por membros das paróquias e com grande participação do povo nos estudos que o antecederam.
O evento também celebrou o 35º aniversário de Sacerdócio de Dom Pedro Carlos Cipolini. Após a missa houve uma confraternização. Durante este ano, as paróquias da Diocese de Amparo irão com seus paroquianos em Romaria ao Santuário, que já se prepara para receber os peregrinos.
De Amparo, Pe. André Rossi, Assessor Diocesano de Comunicação

Nossa fé em Jesus Cristo: Tabor e Calvário

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

Quaresma no Ano da Fé: quanta coisa bonita da nossa fé temos a recordar neste “tempo favorável”! Logo no início da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, ouvimos este apelo: “convertei-vos e crede no Evangelho”. A conversão, antes de tudo, é para a própria fé; é um “voltar-se” para Deus, ouvir Deus, ir ao seu encontro, abrir espaço para acolher Deus na vida, obedecer a Deus e ter a alegria de estar com Deus. Sim, porque é em comunhão com ele que está a nossa vida e nossa paz.

E isso tem a ver com nossa fé em Jesus Cristo, fé que renovaremos alegremente na noite pascal. Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, nosso Salvador e Senhor da Igreja, está no centro da nossa fé, inseparavelmente unida à fé em Deus.

No segundo domingo da Quaresma, lemos o Evangelho da transfiguração de Jesus no Tabor (cf Lc 9, 28-36), que nos traz alguns elementos basilares de nossa fé em Jesus Cristo. Os discípulos já viam em Jesus alguém extraordinário, mas ainda não tinham compreendido quem, de fato, ele era. Três deles – Pedro, Tiago e João –, acompanham Jesus ao alto do monte, onde Jesus se põe a rezar e se “transfigura” diante deles. O evangelista descreve uma cena do céu: Jesus, glorioso, resplendente, em companhia dos santos, na presença de Deus Pai. Pedro fica deslumbrado com a glória de Deus, quer ficar ali para sempre: “Bom é estar aqui! Façamos aqui três tendas...”.

Por um momento, ele experimentou que estar com Jesus é estar com Deus, é ter a “salvação”, é estar no céu! Não bastasse o esplendor da glória divina que brilha em Jesus e os envolve também, eles ainda ouvem a voz vinda da nuvem, sinal bíblico da presença de Deus: “este é meu filho, o escolhido. Escutai o que ele diz!”. É o próprio Deus que atesta quem é Jesus: é o Filho amado, o Escolhido para dar vida e esperança a todos os homens. Ouvir o Filho é ouvir o Pai, que o apresenta e recomenda aos homens.

Pedro e os companheiros fizeram a experiência da beleza, do deslumbramento, da paz, da saciedade, do objetivo final de todas as buscas, da realização plena do sentido da vida: “é bom estar aqui! Vamos ficar para sempre!”. A expressão traduz aquilo que experimentam os bem-aventurados e santos no céu, na companhia de Deus. Pedro, Tiago e João sentiram isso, estando com Jesus na transfiguração.

Os demais apóstolos tiveram essa mesma experiência nos encontros pascais com Jesus, após sua ressurreição. E será essa a base inabalável para sua fé, que depois os sustentará nas perseguições, ameaças, torturas e até diante do martírio: “não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos, do que nossos olhos contemplaram e nossas mãos tocaram...”. Nossa fé em Cristo nos dá essa experiência antecipada da plenitude, do céu, da “salvação”, embora isso ainda seja “através do véu”, e não visão clara e definitiva.

Jesus, com seus discípulos, desce novamente do monte da glória e volta para a planura da vida presente. Ainda não é a hora do céu e Jesus os convida seguir com ele para Jerusalém, o lugar da sua rejeição e condenação à morte. Por enquanto, a vida é caminho no seguimento dele e de anúncio do Reino de Deus. Também eles devem tomar sua cruz cada dia e seguir atrás de Jesus. A transfiguração foi para lhes dar certeza e coragem, para não se escandalizarem diante da humilhação e do desprezo, diante da condenação de Jesus à morte. “A fé é a certeza a respeito das coisas que ainda se esperam” (Hb 11,1). Na base de nossa fé está Jesus Cristo, Filho de Deus, verdadeiro homem, a quem Deus enviou ao mundo com autoridade e poder para “salvar” o homem.

No Tabor, os apóstolos tinham visto a glória de Cristo; no Calvário, eles só veem o homem desfigurado, desprezado, desacreditado... Custa-lhes crer que ele seja o Filho de Deus! Ficam escandalizados, fraquejam e fogem. Apenas João permanece junto da cruz. Contudo, depois do encontro com o Ressuscitado, os outros também voltam a Jesus, a começar por Pedro; ficam novamente fortes na fé em Jesus Cristo, Filho de Deus, Filho do Homem. Por ele dão a vida e nunca mais deixarão de falar, também através dos seus sucessores, das coisas que viram e ouviram.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 26.02.2013

Conselho de Leigos realiza Assembleia Geral em Bauru

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil – (CNLB) do Regional Sul 1 da CNBB, realiza nos dias 1, 2 e 3 de março, no Centro de Transformação e Vivências (CTV), em Bauru (SP), a sua Assembleia Geral Ordinária.

A Assembleia que dará continuidade ao processo de formação, terá como tema “Por um novo agir, com fé renovada e esperança ativa”, ligado às celebrações pelos 50 anos da realização do Concílio Vaticano II, que será refletido por mais de uma centena de conselheiros adultos e jovens.

Durante a realização da Assembleia, no dia 2 à noite, acontece solene celebração, fazendo memória pelos 40 anos de atividades da Pastoral da Juventude. “Será uma celebração para reafirmar profeticamente a caminhada do CNLB-SUL 1 com a juventude, revigorando a opção afetiva e efetiva pela vida dos jovens no Estado de São Paulo”, destacou um dos coordenadores da animação litúrgica do CNLB-SUL 1.

Colaboração, Reinaldo Oliveira

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Nossa fé na Igreja

Por Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

Desde que, no dia 11 de fevereiro, o papa Bento 16 anunciou que renunciará à Cátedra de São Pedro como Sumo Pontífice, no dia 28 de fevereiro, apareceram na mídia as manifestações mais diversas sobre o Papa e a Igreja. De repente, a Igreja Católica está novamente no centro das atenções, talvez até para a surpresa e irritação daqueles que achavam que ela já fosse página virada na história. Muitas dessas manifestações são compreensíveis apenas a partir de posições preconceituosas em relação à Igreja, que não vão além de retirar da gaveta (ou da internet) velhos fichários, aplicando-os às circunstâncias presentes de maneira inapropriada e até injusta. Quanta especulação em torno da renúncia do Papa!

Mas quem leu as palavras do próprio Bento 16, ao apresentar sua intenção de renunciar diante de um grupo de cardeais? Elas foram logo sendo colocadas de lado ou postas sob suspeita, como não verdadeiras, e todas as atenções voltaram-se para as teses de supostos “entendidos” nas coisas do Vaticano, mais sabedores das intenções do Papa que ele próprio!

Será que o Papa não merece mais respeito e crédito naquilo que disse em seu comunicado, emitido somente depois de longa e conscienciosa reflexão e oração diante de Deus? Falaram de tribuna os críticos do Papa e da Igreja; mereceriam eles mais fé que o próprio Papa, quando fala da sua intenção de renunciar e dos motivos que o levaram a isso? Algumas considerações dão a impressão de não distinguir entre o que é fantasia de romance e de cinema e o que é a realidade mesma. Como é importante, nesses momentos, ir às fontes, ao texto original, e não se basear em conceitos e considerações várias vezes recicladas, até perderem a aderência ao fato que lhes deram origem!

A verdade é que o próprio Bento 16 havia aludido, há cerca de dois anos, a possibilidade da renúncia no livro de entrevistas dadas a um jornalista alemão, publicado em português com o título – “Luz do Mundo”. Por outro lado, embora a renúncia de um papa seja um fato novo para nós, essa possibilidade até está prevista no Código de Direito Canônico. O Papa teria renunciado por pressão de alguém? Tenho a certeza de que não foi por isso. Ele mesmo disse que tomou essa pesada decisão somente depois de rezar longamente e de examinar várias vezes a sua consciência diante de Deus. As suas condições de saúde, devidas também à idade, já não lhe permitiam mais levar adiante, de maneira adequada, a grande responsabilidade de sumo pontífice. Por isso, decidiu renunciar e pediu que os cardeais elejam um novo papa.

E como fica a Igreja? Deverá ter um novo papa, pois ela tem no papa o sucessor do apóstolo Pedro, a quem Jesus confiou o pastoreio universal das ovelhas do Supremo Pastor, Jesus Cristo. Como Pedro, o papa recebe de Cristo a missão de “confirmar os irmãos na unidade fé” e de ser o “primeiro” dentre os sucessores dos apóstolos, que são os bispos; estes, unidos ao papa, são responsáveis pela Igreja presente em cada uma de suas dioceses. Todos juntos e unidos ao papa, eles são responsáveis pela vida e a missão da Igreja inteira. Nossa Igreja não pode ficar por longo tempo sem o papa. E enquanto a sede de Pedro está vacante, a própria norma da Igreja prevê como deve acontecer tudo para eleger um novo papa.

Neste tempo, devemos colocar-nos em atitude de oração e pedir que o Espírito Santo aumente a nossa fé e conduza a Igreja na fidelidade a Cristo e seu Evangelho. O Espírito o faz através das mediações humanas, em que pode haver deficiências e falhas, como acontece em toda parte onde há pessoas e organizações humanas. No entanto, sendo o Espírito Santo a “alma da Igreja” e Aquele que a conduz de maneira sua, e misteriosa e segura, ela sempre consegue encontrar as respostas para as situações novas que vive.

As avaliações e análises sobre a Igreja, que a consideram simplesmente uma organização humana e não levam em conta essa realidade de fé, acabam sempre sendo deficientes. Só com o olhar da fé, e a partir de dentro dela, é que se pode compreender bem a Igreja. Ela faz parte daquele Mistério da Fé, relacionado diretamente com o desígnio e a ação de Deus salvador e com o Mistério de Jesus Cristo Salvador.
Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 19.02.2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sub-região Aparecida anuncia novo subsecretário

Presidência do Regional Sul 1 recebeu a primeira visita
do Pe. Leandro. Ele a direita da foto ao lado do Pe. Kleber
Após a saída do padre Kleber Rodrigues da Silva da coordenação da sub-região pastoral de Aparecida, foi anunciado o novo padre coordenador de pastoral. Trata-se do padre Leandro Alves de Souza, que assume o cargo de subsecretário de pastoral da Sub-Região Aparecida.

Pe. Leandro da diocese de Taubaté e atua como Vigário Paroquial do Santuário de Santa Teresinha, em Taubaté, e assume a Coordenação Diocesana de Pastoral, também no lugar do Padre Kleber. Agora no Regional Sul 1 da CNBB, o padre ficará responsável junto com Dom Carmo João Rhoden, Presidente da Sub-região Aparecida promover o intercâmbio e a partilha entre as dioceses que compõem essa sub-região (Aparecida, Caraguatatuba, Lorena, São José dos Campos e Taubaté) e encaminhar à Comissão Episcopal Representativa assuntos pastorais que devem ser tratados em âmbito do Regional.

"Trata-se de um desafio e de uma grande responsabilidade, no entanto, contamos com a graça do Espírito Santo e vamos procurar dar continuidade ao que já vinha sendo feito pelo Padre Kleber", disse Pe. Leandro, ao Informativo do Regional Sul 1 da CNBB.

O novo subsecretário já começou seus trabalhos nesta quinta-feira (14), durante sua apresentação na reunião da Comissão Representativa do Regional Sul 1 da CNBB, em São Paulo. O Padre Kleber continua na coordenação da Comissão de Liturgia do Regional Sul 1.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Conser Sul 1 partilha temas para a próxima Assembleia dos Bispos


O Conselho Episcopal Regional Sul 1 da CNBB realizou reunião da Comissão Episcopal Representativa nesta quinta-feira, 14 de fevereiro com extensa pauta de trabalho, destacando-se a partilha de temas para a 76ª Assembleia Regional dos Bispos, que será realizada em Aparecida, SP, nos dias 10 a 12 de junho de 2013.

Na abertura, o presidente do CONSER Dom Odilo Pedro Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo refletiu o texto de Is 55, 6-7, da Oração das Nove: “Com este texto a Igreja repete o apelo da Liturgia da Quarta-feira de Cinzas: voltai ao vosso Deus e Senhor, arrependendo-se dos vossos pecados”. Sobre a Campanha da Fraternidade de 2013, com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8), refletiu o arcebispo: Esperamos que esta Campanha da Fraternidade consiga envolver a sociedade como um todo na questão do jovem. Não é uma Campanha dos jovens, mas momento propício para o envolvimento da sociedade para refletir o momento da juventude no Brasil, ouvindo os jovens. Uma questão para refletirmos seriamente: que mundo estaremos entregando às gerações futuras? Há hoje um desmanche de valores. Precisamos lutar contra isso. A inclusão e a participação dos jovens na vida da Igreja é sumamente importante, mas para isso precisamos resgatar valores religiosos que a sociedade vem perdendo”, completou.

O presidente também exortou para a preparação do que chamou de “grande momento do Regional neste semestre: a Assembleia Regional dos Bispos”. Também comentou a renúncia do papa Bento XVI: “A decisão do papa foi livre, coerente e pública. Foi um ato que surpreendeu a todos, mas que demonstra humildade, desapego ao poder e sabedoria”.

O secretário-geral Dom Tarciso Scaramussa, Bispo Auxiliar de São Paulo conduziu os trabalhos. Divididos em grupos, os participantes apresentaram várias sugestões de temas para a Assembleia dos Bispos, destacando-se: “retomada das exigências da Ação Evangelizadora, com ênfase em “Comunidade de Comunidades”; como transmitir a Fé na família e na sociedade; o que propor para a juventude após a Jornada Mundial da Juventude”. Os bispos receberam as sugestões para a devida partilha na reunião reservada e o tema definido será anunciado por ocasião do envio das cartas-convites.

A reunião terminou após os comunicados dos Sub-regiões pastorais e Organismos.

Colaboração, Diác.  José Carlos Pascoal.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dom Odilo comenta sobre a renúncia do Papa

A notícia da apresentação da renúncia do papa Bento 16 continua repercutindo em todo o mundo. Vários membros do clero e autoridades políticas já se manifestaram sobre o assunto. O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, está em Roma e comentou a renúncia papal.

Dom Odilo explicou que esse é um momento novo na vida e na história da Igreja, já que há 800 anos um Papa não renunciava, embora a renúncia papal esteja prevista no Direito Canônico. "Teremos o conclave no mês de março e a eleição do novo Papa. Claro que tudo isso é novo e acontece de uma forma nova, não em decorrência da morte do Papa, mas pela renúncia do Papa. Portanto, reveste-se um pouco com caráter de novidade e de surpresa."

O convite do Cardeal é para que todos os católicos vivam este tempo com interesse e oração. "Também com sentimento de gratidão e de carinho para com o Papa Bento 16 que teve uma enorme coragem, humildade, uma grandeza de alma em apresentar o gesto da sua renúncia, não sentindo-se mais em condições físicas pela idade e pela fragilidade que está chegando, de governar a Igreja como é necessário nas atuais circunstâncias".

Dom Odilo destaca ainda a reflexão que o próprio gesto do Papa deixa para todos, de que a Igreja não é sustendada pelas pessoas, mas pelo próprio Cristo e recordou as palavras de Jesus no Evangelho de São Mateus: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." Mat 28,20.

Fonte/Foto: Site da Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Dom Cláudio fala da renúncia do Papa



Por telefone o arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, cardeal dom Cláudio Hummes (foto), disse que a Igreja recebe com muita surpresa esta renúncia do papa Bento 16, fato que aconteceu apenas uma outra vez na história.

O cardeal destacou, que Bento 16 já havia escrito em seu livro "Luz do Mundo" que quando não sentisse mais condições de estar a frente da Igreja renunciaria.

Dom Cláudio disse que este é um momento para a Igreja "agradecer a Deus esse grande pontificado de Bento 16" e, também, "rezar por ele para que Deus o abençoe e fortaleça".

De certa maneira a sociedade, principalmente fora da Igreja, já começa a fazer conjecturas e especulações a cerca de nomes para assumir a Cátedra de Pedro, dom Cláudio disse que a eleição do Papa "não é como as eleições políticas". Certamente os Cardeais conversam entre si, porém não formam chapas, destacou o arcebispo emérito.

Fonte: Do site da Arquidiocese de São paulo

Bento XVI anuncia renúncia



A Rádio Vaticano divulgou a informação de que o papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira que renunciará ao cargo no dia 28 de fevereiro. Eis o texto integral do anúncio:

“Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, quer do corpo, quer da mente; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Secretário Geral da CNBB ministra aula inaugural em curso de teologia para leigos da diocese de Limeira





O Centro Diocesano de Formação Teológica (CDFT), da Diocese de Limeira (SP), realizou, no dia 2 de fevereiro, na Faculdade Anhanguera, em Limeira, aula inaugural do primeiro semestre de 2013,  com o tema “A ‘Nova Evangelização’, à luz do Ano da Fé”, ministrada por Dom Leonardo Ulrich Steiner (foto), Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF) e Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dom Leonardo,  apresentou teológica e pastoralmente a expressão “Nova Evangelização” e destacou trechos da Carta Apostólica PORTA FIDEI, do Sumo Pontífice Bento XVI, com a qual se proclamou o Ano da Fé, reflexões efetivadas na XIII Assembléia do Sínodo dos Bispos, que ocorreu em outubro de 2012.

Segundo Dom Leonardo, ao vivenciarmos o Ano da Fé, devemos refletir e redescobrir o caminho da fé, que nos conduz e nos leva ao encontro com Cristo. Um período onde percebemos que Deus nos revela o seu infinito Amor, ao renovarmos nossa conversão ao Senhor. Com nossos corações cheios do amor de Cristo, estamos motivados a evangelização. Além disso, apontou ainda o conteúdo da fé, revelado em Cristo, cuja incidência encontra-se na caridade, compreendida com amor em movimento, na efetividade da relação com as pessoas.

Cerca de 200 pessoas participaram da aula inaugural entre alunos, ex-alunos, autoridades civis e religiosas. O prefeito de Limeira, Paulo Hadich, também esteve presente. Ao final do encontro, padre Paulo Sérgio Lopes Gonçalves (Coordenador Geral do CDFT), padre Éder Justo (Coordenador Diocesano de Pastoral) e padre José Valter Rossini (vigário episcopal) proferiram palavras de agradecimentos à Dom Leonardo, finalizando assim as atividades do dia.

O curso de teologia para leigos tem como objetivo oferecer aos participantes uma formação teológica básica para aprofundamento da própria fé; qualificar agentes para os vários serviços nas comunidades de fé e proporcionar  aos participantes maior articulação entre a fé e compromisso social.

Fonte/Fotos: De Limeira, Marco Antonio Erbeta da Assessoria Diocesana de Imprensa

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Mons. Darci foi ordenado Bispo neste domingo



Na missa das 18h deste domingo (3), no Santuário Nacional, o Monsenhor Darci José Nicioli foi ordenado bispo pela imposição das mãos e oração consecratória do Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis.

Foram consagrantes o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, o bispo emérito de Barretos (SP), Dom Pedro Fré, bem como vários outros bispos presentes.

Estavam presentes na celebração o Superior Geral da Congregação Redentorista, padre Michael Brehl, o Superior Provincial da Província Redentorista de São Paulo, padre Luiz Rodrigues, sacerdotes diocesanos, os Missionários Redentoristas, diáconos, religiosos, seminaristas e diversas autoridades civis e militares.

Os fiéis da Arquidiocese de Aparecida, os conterrâneos de Monsenhor Darci da cidade de Jacutinga, os familiares, os amigos e os romeiros de todas as partes do Brasil puderam prestigiar a ordenação de Monsenhor Darci José Nicioli no Altar Central do Santuário Nacional, aos pés de Nossa Senhora Aparecida.

Em sua homilia, Dom Raymundo Damasceno afirmou que ao bispo é confiada tríplice função na Igreja.

“A primeira e mais importante delas é a de Servidor da Palavra de Deus. Essa missão é simbolizada pelo livro dos evangelhos que será colocado aberto sobre a cabeça do bispo ordenando. A segunda missão é a de Santificador, pela administração dos sacramentos. A terceira, como escutamos da leitura do Evangelho, é a de Servidor do povo de Deus, que deve ser exercida, conforme o coração de Cristo, o Bom Pastor: com caridade, conhecimento do rebanho e solicitude com todos, em particular com os pobres, na defesa corajosa da vida e da dignidade humana; na promoção do diálogo ecumênico e inter-religioso; na busca das ovelhas perdidas para reconduzi-las ao único redil, que é a Igreja”, afirmou.

O Cardeal falou em especial ao bispo eleito que a partir de hoje é chamado a exercer seu episcopado em comunhão com o bispo diocesano, o presbitério e os fiéis leigos.

“Caro Monsenhor Darci, como Bispo Auxiliar, Vossa Reverendíssima é chamado, a partir de hoje, a exercer seu múnus episcopal em comunhão com o Bispo diocesano, o presbitério, os fiéis leigos a serviço da porção do povo de Deus que caminha nesta Arquidiocese e, também, dos milhões de romeiros que acorrem ao Santuário para agradecer as graças recebidas e suplicar as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora”.

Dom Damasceno agradeceu Monsenhor Darci por aceitar sua designação para Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aparecida.

“Agradeço-lhe a disponibilidade em aceitar sua designação para Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aparecida, colocando-se ao serviço do Reino, com humildade e mansidão, a exemplo de Jesus Cristo, o Bom Pastor, manso e humilde de coração, que veio para servir e não para ser servido, que veio para dar a vida por suas ovelhas”.

“Presto-lhe minha homenagem por sua ordenação, venerando a sacralidade do episcopado que lhe vai ser conferido, reconhecendo nele a plenitude do sacerdócio”, acrescentou.

Monsenhor Darci José recebeu a unção da cabeça com óleo do Crisma, o Anel Episcopal, a Mitra e o Báculo Pastoral, Insígnias episcopais.
Ao final da celebração, Dom Darci José foi saudado pelos bispos presentes, sacerdotes e por todo o povo que acompanhava a ordenação na Basílica de Aparecida.

Dom Darci José Nicioli escolheu o lema ‘Signum tuum Luceat’ (Que a Tua luz brilhe), expressando a motivação espiritual do seu Ministério: Que brilhe a Luz de Cristo por Maria, intercessora e perpétuo socorro em sua vida.

Em entrevista ao Portal A12, Dom Cláudio Hummes falou que a nomeação de Dom Darci José é uma alegria para a Igreja no Brasil.

"Dom Darci é um dom. Parabenizo a Arquidiocese de Aparecida, em especial, o Cardeal Damasceno pela ordenação de Dom Darci. É um ganho para a Igreja e para a Arquidiocese de Aparecida. Ele é alegria, motivação, um verdadeiro dom de Deus", afirmou.

Dom Darci José Nicioli  - Nasceu no dia 01 de maio de 1959, na cidade de Jacutinga, no interior de Minas Gerais.

Entrou para o Seminário Redentorista Santo Afonso de Aparecida em 1974, onde cursou o Ensino Médio. Em 1977 iniciou o curso de Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Em 1982 fez a sua profissão religiosa na Congregação do Santíssimo Redentor, indo morar em São Paulo para iniciar os estudos teológicos no ITESP – Instituto de Estudos Superiores São Paulo, em São Paulo (SP).

Em 1986 foi ordenado padre em sua cidade natal. Neste mesmo ano seguiu para Roma, onde estudou Teologia Dogmática, no Pontifício Ateneo Sant’Anselmo di Roma, conquistando o título de mestre em teologia.

Retornando de Roma para o Brasil, exerceu inúmeros serviços na Província Redentorista de São Paulo: Diretor de Seminário (1989-1996), Vigário Paroquial (1989-1996), Conselheiro Provincial (1996-2002), Professor de Teologia Dogmática-Sacramentaria – ITESP/SP e PUCCAMP (1989-1996).

Já foi ecônomo do Santuário Nacional de Aparecida entre os anos de 1997 e 2005. Posteriormente três anos residiu em Roma, ocupando a função de Reitor da Casa Geral dos Missionários Redentoristas e do Santuário Internacional de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Em dezembro de 2008 foi nomeado reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Fonte: Portal A12

Mensagem do papa Bento XVI para o tempo da Quaresma

Nos aproximamos de um tempo de graça e conversão. Para vivenciar este período, o Vaticano divulgou mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013.

Na mensagem o Pontífice afirma que a celebração da Quaresma, no contexto do Ano da Fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade.

“Entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros”, afirmou o Papa na mensagem.


Leia a mensagem do Papa Bento XVI para o tempo da Quaresma na íntegra:

Crer na caridade suscita caridade  
«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16)  

Queridos irmãos e irmãs!
A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.
«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé
Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).
Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).
A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade
À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.
A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).
Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade
Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).
Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).
A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).
Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!
Vaticano, 15 de Outubro de 2012

 
BENEDICTUS PP. XVI

Diocese lança Texto-Base da Campanha da Fraternidade

Texto-base da CF-2013 será apresentado
na Diocese de Jundiaí
     
O lançamento do Texto-Base da Campanha da Fraternidade (CF) 2013, na Diocese de Jundiaí, será realizado, amanhã, dia 6 de fevereiro, em evento organizado pela Coordenação da CF e pelo Setor Juventude, na Cúria Diocesana de Jundiaí, a partir das 19h. O lançamento do Texto-Base é direcionado às autoridades civis que trabalham com a juventude, conselheiros tutelares, membros dos conselhos de direitos da criança e adolescente, agentes da CF e a comunidade em geral.

O evento contará com palestra do economista e advogado Cláudio Ramos, gestor social e integrante da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB/SP, conselheiro municipal de Direito da Criança e do Adolescente de Osasco. Ramos falará aos presentes sobre políticas públicas para a juventude. Também participarão o padre Julio Cesar de Macedo Souza, assessor eclesiástico do Setor Juventude, e o padre Geraldo da Cruz Bicudo de Almeida, coordenador da Ação Evangelizadora.

Em toda a Diocese de Jundiaí, nos 11 municípios que a compõem, as comunidades paroquiais já se organizam para a realização da CF 2013, com o objetivo de refletir sobre as necessidades da juventude, tratando-a como sujeito e não como mero objeto, pois os jovens devem ser participantes na construção de uma sociedade que atenda às necessidades dessa nova geração. Conforme o Texto-Base, a Campanha busca, no contexto do Ano da Fé, mobilizar a Igreja e os segmentos da sociedade, a fim de se solidarizarem com os jovens, favorecendo-lhes espaços, projetos e políticas públicas que possam auxiliá-los a organizarem a própria vida, a partir de escolhas fundamentais.

O lançamento do Texto-Base da CF 2013 acontecerá no auditório da Cúria Diocesana de Jundiaí, à Rua Engenheiro Roberto Mange, 400, bairro Anhangabaú. Não é necessária prévia inscrição.

Fonte: Diocese de Jundiaí

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Santuário celebra missa pelo 7º dia de falecimento dos jovens de Santa Maria (RS)

O Santuário Nacional de Aparecida terá como intenção especial para a missa das 9h deste sábado (2), os jovens falecidos no incêndio ocorrido na madrugada do último domingo em Santa Maria (RS).

No início da missa, dia em que a Igreja Católica celebra a ‘Apresentação do Senhor’, um banner com os nomes de todos os que faleceram será entronizado. Velas representarão cada um dos jovens falecidos.
“Na festa da apresentação do Senhor, celebramos o 7º dia de falecimento, que é a passagem para junto de Deus, de tantos irmãos da cidade de Santa Maria (RS). Irmãos estes que, na floração de sua juventude terminaram de forma trágica sua missão neste mundo, mas que tem a alegria de contemplar a face Daquele que os criou. Eles são como velas, que juntas reluzem junto de Deus, mostrando que o céu nesta ocasião ganha o brilho da juventude”, mencionou o prefeito de Igreja Padre Valdivino Guimarães.
Na última segunda-feira, o Santuário Nacional rezou, especialmente em todas das missas, pelas vítimas da tragédia e seus familiares.

Mais informaçoes com Flávia Gabriela da Assessoria de Imprensa do Santuário (12) 3104 1040 / 12 9709 2802 flavia@santuarionacional.com www.A12.com/