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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pastoral Carcerária divulga nota contra a violência no estado




A Pastoral Carcerária do Regional Sul 1 da CNBB, divulgou recentemente, uma nota contra a onda de violência no estado de São Paulo. Leia a nota:

A Palavra de Deus (Hb 4,2), é viva, é realizadora, mais afiada do que toda a espada de dois gumes. Jesus sintetizou os Dez Mandamentos no Amor para com Deus e para com o próximo (Mt 22,37-40).

ENCONTRO ESTADUAL
NOTA PÚBLICA DA PASTORAL CARCERÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO/CNBB-SUL1

Diante da ascendente onda de violência que se espalha pelo Estado de São Paulo, a Pastoral Carcerária, à luz do Ano da Fé, vem manifestar publicamente seu repúdio à atual política de segurança pública e integral solidariedade a todas as famílias que sofreram e sofrem perdas nesse triste momento.
Conforme o Documento de Aparecida n. 78, as causas da violência “são múltiplas: a idolatria do dinheiro, o avanço de uma ideologia individualista e utilitarista, a falta de respeito pela dignidade de cada pessoa, a deterioração do tecido social, a corrupção inclusive nas forças da ordem e a falta de políticas públicas de equidade social”.
Frente a um cenário de patente violência estrutural, expresso justamente nas causas citadas no Documento de Aparecida, não podemos comungar com políticas de incentivo à violência e de criminalização da pobreza como as que hoje presenciamos em São Paulo.

A superação do atual estado de violência perpassa, sobretudo, pela revisão da política de segurança pública em vigor no estado, que apenas tem contribuído para o aumento de mortes e para o encarceramento em massa das pessoas mais vulneráveis.
É preciso vislumbrar, diante disso, uma sociedade em que a paz e a justiça prospere. Onde a desigualdade social, os interesses de grupos econômicos e a corrupção política e institucional não sejam a tônica do Estado. Os recursos públicos devem ser destinados, sem reservas ou cálculos estatísticos que não respondem ao que todos clamam e exigem, à promoção da vida e à garantia dos direitos humanos básicos (educação, moradia, trabalho, saúde, lazer, entre outros).

Urge que a representação política não se acovarde diante do desafio colocado pela conjuntura presente, sob pena de seguirmos cultivando terreno fértil para o caos social, a violência e a degeneração humana e espiritual.

As iniciativas governamentais veiculadas pela mídia não são suficientes para resolver a questão, vez que são reativas. Demandamos ações pró-ativas, que atuem fortemente nas causas dos problemas, criando ambiente a médio e longo prazo digno de um projeto de sociedade onde a cultura de paz prevaleça de fato.
O referido Documento expressa ainda que: “Uma autêntica evangelização de nossos povos envolve assumir plenamente a radical idade do amor cristão, que se concretiza no seguimento de Cristo na Cruz; no padecer por Cristo por causa da justiça; no perdão e no amor aos inimigos.

Esse amor supera o amor humano e participa do amor divino, único eixo capaz de construir uma cultura da vida. No Deus Trindade a diversidade de Pessoas não gera violência e conflito; ao contrário, é a fonte mesma do amor e da vida. (...) A radicalidade da violência só se resolve com a radicalidade do amor redentor. Evangelizar sobre o amor de plena doação, como solução ao conflito, deve ser o eixo cultural “radical” de uma nova sociedade (...)”

É nesse espírito que a Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo clama: basta de chacinas! Basta de encarceramento em massa! A paz só poderá ser alcançada com Justiça Social.

Deyvid T. Livrini Luiz
Coordenador Estadual da Pastoral Carcerária de São Paulo - CNBB/Sul 1

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