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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Missa de envio do Missionário padre Antonio Luis Fernandes




Nesta quinta-feira (31), às 10h foi realizada na sede do Regional Sul 1 da CNBB, a Missa de envio do padre Antonio Luis Fernandes que parte em missão neste ano de 2013 para São Gabriel da Cachoeira, situada ao noroeste do Estado do Amazonas. Ele levará a Boa Nova aos lugares mais distantes.

A celebração foi presidida pelo Cardeal arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Odilo Scherer e concelebra pelo bispo da Diocese de Jundiaí e Presidente do Conselho Missionário Regional (Comire), Dom Vicente Costa e o Bispo Auxiliar de São Paulo e Secretário-geral do Regional Sul 1, Dom Tarcísio Scaramussa.

A Missa contou ainda com a presença dos padres Nelson Rosselli Filho, secretário adjunto do Regional Sul 1; Éverton Aparecido da Silva, assessor do Comire; Joaquim Ferreira Gonçalves, consolata e diretor da Revista Missões, entre outros padres. A presidente da Conferencia dos Religiosos do Brasil (CRB) – Regional São Paulo, Ir. Geni dos Santos Camargo esteve na celebração. Estavam ainda presentes a mãe do padre Luis – Maria Baioni Fernandes – outros familiares, ex-paroquianos e convidados.

Em sua homilia, Dom Odilo ressaltou a importância deste Ano da Fé. O Cardeal fez um convite para que cada cristão coloque em prática o compromisso de se aprofundar e intensificar uma reflexão sobre esta fé em Cristo Jesus. Assim daremos testemunho de fé em nossas comunidades, em nossas casas e no meio de nossas famílias, para que cada um se sinta  membro do “corpo missionário de Jesus Cristo, no mundo”.

Por ocasião da celebração de envio, o bispo diocesano de Limeira (SP), Dom Vilson Dias de Oliveira, DC, enviou uma mensagem que foi lida durante a celebração. Na mensagem, o bispo manifestou a sua alegria com a ida do padre Luis. "Ele, conhecedor das necessidades do Regional Norte da CNBB, manifestou o desejo de servir temporariamente a Igreja no Amazonas. Alegramo-nos com sua disponibilidade. Nosso Senhor tem sido generoso conosco e nos tem pedido também generosidade. Pe. Luis será o segundo padre diocesano que enviamos em missão, além de alguns leigos da Sub-Região Campinas que já estão há alguns anos trabalhando nessa região".

Ainda na mensagem, o bispo manifestou “gratidão ao Regional Sul 1 e à coragem do padre Luis pela sua determinação em servir uma Igreja que clama por mais sacerdotes e servidores do Evangelho. Que Deus o abençoe e lhe dê a graça de servir a Cristo na pessoa dos povos amazonenses que ali vivem”.

Padre Antonio Luis Fernandes - Natural de Leme (SP). Entrou para o Seminário dos Padres Claretianos em 1986. Depois de um ano, prestou vestibular e ingressou no Seminário Diocesano São João Maria Vianney em Limeira (SP), onde cursou filosofia e teologia na PUC-Campinas. 

Em junho de 1997 se ordenou padre na Paróquia de São Manoel em Leme.

Nos últimos anos, padre Luis se dedicou aos trabalhos das Paróquias Santa Rita de Cássia (Leme), São Paulo Apóstolo (Limeira) e Senhor Bom Jesus (Americana), onde foi pároco.

Trabalhou, ainda, na formação dos leigos como professor das escolas de teologia, catequética e fé e política. Com especialização em psicodrama, o padre acompanhou a formação dos novos padres na Dimensão humano afetiva.

O padre Antonio Luis Fernandes pertence à Diocese de Limeira e vai ficar três anos na Prelazia de São Gabriel da Cachoeira (AM), através do Projeto Missionário Sul 1 - Norte 1.

Entrevista
Logo após a celebração, padre Luis concedeu esta entrevista:

Quando e como surgiu a ideia de ser missionário?
Existem dois momentos bem distintos da minha vocação missionária. A primeira, quando minha mãe grávida de mim no sexto mês, trabalhando no corte de cana, foi surpreendida por um temporal e não tendo tempo para voltar para o abrigo do caminhão, escondeu-se num capela abandonada e lá, diante de uma imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus, rezou e ofereceu a vida da criança para as missões. A segunda, quando já crescido e com capacidade de decidir, aprendi a olhar a Igreja e a sua missão a partir do modelo do grupo de Jesus que é eminentemente missionário, com dedicação a ir adiante criando, formando e animando as comunidades.

O que levou o senhor escolher o Projeto Missionário na Amazônia, especialmente São Gabriel da Cachoeira?
A escolha pelo Projeto se deu por uma questão de comunhão eclesial: a Igreja do Brasil, a partir da CNBB sempre teve um olhar para os desafios que a Amazônia representa para a Evangelização. O Projeto Sul 1 Norte 1 abre uma porta que permite que nós, diocesanos, também realizemos esse ideal proposto pelo Vaticano II de nunca restringir a Igreja e o ministério presbiteral a um local geográfico apenas, mas sim, à extensão do Reino como um grande horizonte a ser contemplado na comunhão e na participação.
Já a minha ida a São Gabriel da Cachoeira (AM) não foi uma escolha pessoal e sim, uma adequação do próprio projeto que, atento à necessidade das dioceses e, a partir da solicitação dos bispos do Regional Norte 1, faz as designações. A gente aceita e tenta fazer o nosso melhor.

Quais são as suas expectativas em relação à sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira?
Costumo dizer que a frustração é irmã gêmea da expectativa... Por isso mesmo, tento evitar criar expectativa demais pois isso pode significar algo não tão bom. O que quero, é chegar, conhecer as pessoas, a realidade, a Igreja do lugar, os agentes de pastoral que lá atuam, os diferentes missionários que dedicam suas vidas aquela Igreja, ouvir o bispo, saber das necessidades e, a partir das minhas forças e dons, tentar servir e ajudar no mais que puder. Inegável é o fato de que a realidade por si só já se imponha: um lugar onde 93% da população é indígena, com 23 etnias diferentes, 18 línguas, das quais 3 são oficiais, além da língua portuguesa; onde as distâncias são imensas e as dificuldades de transporte e comunicação são grandes, claro que gera na gente uma sensação de ansiedade e diria até, de medo. Mas Aquele que me chamou é fiel (1Ts 5, 24) já dizia Paulo o grande missionário dos gentios. Todavia, deverei chegar ao lugar, e começar a olhar e descobrir o que a missão pede de mim.

Como o senhor vê a Missão, hoje, na Igreja?
Hoje a Igreja vive um tempo de maturidade acerca da missão. Muitas são as frentes missionárias assumidas por ela. Muitos são os desafios que a Igreja tem se proposto a assumir e responder. Depois, acho que do ponto de vista teórico, o Vaticano II trouxe-nos uma riqueza imensa que abriu horizontes e possibilitou a Igreja assumir a missão como servidora e não como dona do Reino. Mas ainda nos falta a co-responsabilidade com a vida e os projetos missionários para que, os que podem ir, não sejam impedidos de ir por falta de recursos materiais, e nem os que ficam, não se sintam dispensados de também missionar a partir do lugar onde se encontram.

Para o senhor, o que significa esse momento de partir para a Missão além fronteiras?
Então, acho que agora é entender que estou pronto para viver aquilo que sempre me preparei. O desafio de partir nunca é fácil. Ir para uma terra e uma cultura diferentes sempre é desafiador. Mas,  o sim dado, não é apenas da pessoa que vai, é também da Igreja toda que envia e acompanha o missionário. Por isso mesmo, aceito o desafio sabendo que comigo vão minha diocese, meus amigos, minha família, as comunidades com as quais trabalhei, o Regional Sul 1. Aceito o desafio sabendo que lá me acolhem uma diocese, os padres e religiosas, os leigos e leigas, o bispo e o povo com quem vou ser Igreja nesse tempo de missão. E o melhor de tudo: aceito sabendo que a obra maior quem fará mesmo é o Espírito que nos socorre em todas as nossas necessidades.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Arcebispo de São Paulo emite "Nota de pesar e solidariedade" por mortos em Santa Maria

Cardeal dom Odilo une-se em oração às vítimas do trágico acidente que matou mais de 230 jovens no RS.

O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, publicou no final da tarde deste domingo, 27, "Nota de pesar e solidariedade" pelo acidente que matou mais de 230 jovens em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. No documento, que será encaminhado ao clero de São Paulo nesta segunda-feira, 28, o arcebispo recomenda a todos os padres da Arquidiocese de São Paulo que celebrem missas em intenção das vítimas do incêndio, bem como pelos feridos e pelos familiares.

Veja a íntegra da mensagem: NOTA de pesar e solidariedade

“Ó Deus, que governais o tempo e a vida dos seres humanos, nós vos recomendamos vossos filhos de quem choramos a morte prematura; dai-lhes gozar perene juventude na alegria da vossa casa. Por Jesus Cristo, vosso Filho, Senhor da vida. Amém”

No ano em que a Igreja no Brasil se alegra pela oportunidade única de valorizar a juventude e celebrar a sua vida, com a realização da Campanha da Fraternidade e da Jornada Mundial da Juventude, recebemos a chocante notícia da morte de mais de 230 jovens, a maioria universitários no incêndio de uma casa de diversão noturna em Santa Maria, RS., na madrugada deste domingo, dia 27 de janeiro.

A tristeza aumenta com a constatação de que a tragédia foi consequência de uma série de erros e omissões, certamente evitáveis, se tivessem sido observadas as normas de segurança prescritas. Em nome da Arquidiocese de São Paulo, apresento as mais sinceras condolências aos familiares e parentes das vítimas dessa dolorosa tragédia. Elevo orações a Deus pelos jovens que perderam tão prematuramente suas vidas, por aqueles que ficaram feridos e por seus familiares, que vivem este momento com profunda dor e consternação.

Rogo a Deus que os conforte! Peço também a todos os padres da Arquidiocese de São Paulo que celebrem santas missas nessas mesmas intenções. A Dom Hélio Adelar Rupert, arcebispo de Santa Maria, expresso minha solidariedade na dor, na prece e na missão de confortar os enlutados e feridos.

Da mesma forma, apresento minha solidariedade às famílias de Santa Maria e de todos os jovens falecidos, bem como às Autoridades públicas locais, fazendo votos de que as causas desse acidente sejam cuidadosamente apuradas e suas lições, aprendidas, para que no futuro, não aconteçam novas tragédias semelhantes em Santa Maria e em todo o Brasil.

São Paulo, 27.1.2013

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

domingo, 27 de janeiro de 2013

CNBB e arcebispo de Santa Maria (RS) manifestam solidariedade com as famílias das vítimas de incêndio

O cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, se une ao arcebispo de Santa Maria (RS), dom Hélio Adelar Rupert, que manifestou nesta manhã solidariedade às famílias das vítimas de um incêndio em uma casa noturna da cidade.

“Como Igreja de Santa Maria lastimamos este acidente e manifestamos a nossa solidariedade às famílias e a toda a sociedade. Não se perca a esperança: olhemos para Jesus Cristo, fonte da vida, o nosso Salvador. Oramos pelos falecidos e seus familiares e toda a sociedade que sofre esta tragédia”, afirmou dom Hélio.

O incêndio ocorreu durante a madrugada deste domingo, 27 de janeiro. Até o início da tarde de hoje, foi confirmada a morte de pelo menos 232 pessoas, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O número total de vítimas ainda é incerto. Há centenas de feridos sendo atendidos em hospitais da cidade, e uma campanha pede doações de sangue. Entre as vítimas estão muitos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.
Fonte: CNBB

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mensagem do Papa para DMC enfoca Redes Sociais

No dia em que a Igreja celebra S. Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, a Sala de Imprensa da Santa Sé apresentou na manhã desta quinta-feira, 24 de janeiro, a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 12 de maio.

“Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização” é o título da Mensagem, que publicamos a seguir:


Amados irmãos e irmãs,
Encontrando-se próximo o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013, desejo oferecer-vos algumas reflexões sobre uma realidade cada vez mais importante que diz respeito à maneira como as pessoas comunicam atualmente entre si; concretamente quero deter-me a considerar o desenvolvimento das redes sociais digitais que estão a contribuir para a aparição duma nova ágora, duma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade.


Estes espaços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana. A troca de informações pode transformar-se numa verdadeira comunicação, os contatos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar este grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma.


O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso, as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem.


A cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores. Muitas vezes, como acontece também com outros meios de comunicação social, o significado e a eficácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade. E frequentemente a popularidade está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação. Às vezes, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a quantos se expressam de forma mais persuasiva. Por conseguinte os meios de comunicação social precisam do compromisso de todos aqueles que estão cientes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de pessoas que procurem cultivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação. Tal diálogo e debate podem florescer e crescer mesmo quando se conversa e toma a sério aqueles que têm ideias diferentes das nossas. «Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza» (Discurso no Encontro com o mundo da cultura, Belém, Lisboa, 12 de Maio de 2010).


O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove. Na realidade, os fiéis dão-se conta cada vez mais de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. As redes sociais são o fruto da interação humana, mas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações: por isso uma solícita compreensão por este ambiente é o pré-requisito para uma presença significativa dentro do mesmo.


A capacidade de utilizar as novas linguagens requer-se não tanto para estar em sintonia com os tempos, como sobretudo para permitir que a riqueza infinita do Evangelho encontre formas de expressão que sejam capazes de alcançar a mente e o coração de todos. No ambiente digital, a palavra escrita aparece muitas vezes acompanhada por imagens e sons. Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afetiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus. Aliás sabemos que a tradição cristã sempre foi rica de sinais e símbolos: penso, por exemplo, na cruz, nos ícones, nas imagens da Virgem Maria, no presépio, nos vitrais e nos quadros das igrejas. Uma parte consistente do património artístico da humanidade foi realizado por artistas e músicos que procuraram exprimir as verdades da fé.


A autenticidade dos fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor, revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam «escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011). Um modo particularmente significativo de dar testemunho é a vontade de se doar a si mesmo aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana. A aparição nas redes sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar confirma a importância e a relevância da religião no debate público e social.



Para aqueles que acolheram de coração aberto o dom da fé, a resposta mais radical às questões do homem sobre o amor, a verdade e o sentido da vida – questões estas que não estão de modo algum ausentes das redes sociais – encontra-se na pessoa de Jesus Cristo. É natural que a pessoa que possui a fé deseje, com respeito e tacto, partilhá-la com aqueles que encontra no ambiente digital. Entretanto, se a nossa partilha do Evangelho é capaz de dar bons frutos, fá-lo em última análise pela força que a própria Palavra de Deus tem de tocar os corações, e não tanto por qualquer esforço nosso. A confiança no poder da ação de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e conflituosos e onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento. A propósito, recordemo-nos de que Elias reconheceu a voz de Deus não no vento impetuoso e forte, nem no tremor de terra ou no fogo, mas no «murmúrio de uma brisa suave» (1 Rs 19, 11-12). Devemos confiar no facto de que os anseios fundamentais que a pessoa humana tem de amar e ser amada, de encontrar um significado e verdade que o próprio Deus colocou no coração do ser humano, permanecem também nos homens e mulheres do nosso tempo abertos, sempre e em todo o caso, para aquilo que o Beato Cardeal Newman chamava a «luz gentil» da fé.


As redes sociais, para além de instrumento de evangelização, podem ser um fator de desenvolvimento humano. Por exemplo, em alguns contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados, as redes sociais podem reforçar o sentido da sua unidade efetiva com a comunidade universal dos fiéis. As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé. O envolvimento autêntico e interativo com as questões e as dúvidas daqueles que estão longe da fé, deve-nos fazer sentir a necessidade de alimentar, através da oração e da reflexão, a nossa fé na presença de Deus e também a nossa caridade operante: «Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine» (1 Cor 13, 1).

No ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem atual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contato inicial feito on line – a importância do encontro direto, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.


Enquanto de coração vos abençoo a todos, peço ao Espírito de Deus que sempre vos acompanhe e ilumine para poderdes ser verdadeiramente arautos e testemunhas do Evangelho. «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15).


Vaticano, 24 de Janeiro – Festa de São Francisco de Sales – do ano 2013.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Diocese realiza Abertura das Santas Missões

O Bispo Diocesano de Presidente Prudente (SP), Dom Benedito Gonçalves dos Santos, celebrou neste domingo (20), na cidade de Teodoro Sampaio, localizada no Pontal do Paranapanema, uma Missa de Abertura com o Envio dos missionários que vão realizar as Santas Missões Diocesanas (SMD) nessa cidade.

Na homilia o Bispo ressaltou a importância desta iniciativa e a necessidade da Igreja Particular de Presidente Prudente-SP se colocar em estado permanente de missão, citando os Documentos do Magistério da Igreja, de modo particular as últimas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, Documento 94 da CNBB.

De acordo com o padre Éverton Aparecido da Silva, assessor do Conselho Missionário Regional Sul 1 CNBB e um dos articuladores desta vivência missionária, em 52 anos de Diocese esta é a primeira iniciativa que envolve diversas paróquias e os seminaristas de Teologia e Filosofia numa missão. Ele espera visitar em torno de 5000 (cinco mil) famílias, organizadas em 16 comunidades, e o tema central é a advertência que João faz à Igreja de Laodicéia relatada no Livro do Apocalipse de São João 3,20: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”.

“Ser missionária é uma forma que encontrei de servir a Deus, respondendo ao chamado que Ele me fez no dia do meu batismo. Deixo tudo para viver uma experiência do encontro, com o outro e com Deus”, assegura a leiga Nilcéia Brigatto da Paróquia Santa Rita da cidade de Presidente Prudente-SP. José Carlos de Paula, casado, pai de duas filhas, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Parque dos Pinheiros, Álvares Machado-SP, disse que é membro do Conselho Missionário Paroquial (COMIPA) e da Pastoral Familiar, e esta missão veio para revigorar seu trabalho pastoral.

Na programação consta, além das visitas missionárias às famílias, Missa ou Celebração da Palavra, Procissão Luminosa, Terço Missionário, atividades com as crianças, Confissão, Adoração ao Santíssimo, Consagração a Nossa Senhora e um show com Pe. Rafael Contini e banda.

As SMD ocorrem de 20 a 27 de janeiro.

A cidade escolhida
Teodoro Sampaio foi escolhida para acolher a 1ª Santas Missões Diocesanas e ser a casa da missão diocesana porque está num processo de criação duma nova paróquia, é uma cidade com pouco mais de 20.000 (vinte mil) habitantes e socialmente carentes. Há uma participação de 82 missionários, entre locais e de dioceses vizinhas: seminaristas, padres, religiosos e vários leigos, todos engajados num trabalho pastoral em suas respectivas paróquias que se reuniram para colocar os seus dons a serviço da missão, depois dum tempo preparatório de formação.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

São Paulo, homem de fé



No dia 25 de janeiro, a Arquidiocese de São Paulo comemora a festa de seu Patrono, o Apóstolo São Paulo. No Ano da Fé, convém voltar para São Paulo um olhar especial, para perceber nele o homem de fé e a testemunha firme e qualificada de Cristo.

A sua fé, enquanto fariseu zeloso, talvez era a do estudioso das Escrituras, do intelectual, que procurava entender a letra dos testemunhos dos antepassados; era um encarregado intransigente de zelar pela prática intransigente e sem desvios de tudo o que se prescrevia na religião. Ele mesmo escreve que era zeloso mais que ninguém (cf Fl 3,6). Mas com o zelo dessa religiosidade formal, ele perseguiu os cristãos, que considerava desviados da fé (cf At 9,1-2). Mas, qual fé?!

Às portas de Damasco, ele teve o encontro inesperado com Cristo, em pessoa, que lhe fala: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Suas convicções são sacudidas por aquela voz. Sua fé estava baseada na letra; agora, a letra tem voz e se revela como pessoa! “Quem és tu, Senhor?” (At 9,5). A fé muda de base: das doutrinas e preceitos, passa a se confrontar com aquele que lhe fala e sobre quem versam doutrinas e letras.
Saulo tem a experiência marcante de sua fé cristã: o encontro pessoal com aquele mesmo que estava perseguindo e queria combater. Compreende e se entrega: “que devo fazer, Senhor?” (cf At 22,10). Está disposto a aprender tudo de novo; e será o que vai fazer, na escola de Gamaliel e no seu retiro de três anos “na Arábia”, como ele mesmo informa (cf Gl 1,17). Saulo já é “Paulo”, que significa “pequeno”, humilde.
E a imensa energia de seu caráter será posta, agora, inteiramente a serviço de Cristo, que teve misericórdia dele e o alcançou... A experiência do perdão, da misericórdia alcançada e da escolha que Cristo fez dele para ser apóstolo e missionário do Evangelho entre os povos não saem mais de sua cabeça e fazem seu coração transbordar: “Ele me amou e por mim se entregou!” (cf Cl 2,20).

Uma vez encontrado e reconhecido Jesus Cristo, Paulo aposta sua vida inteiramente nele: “para mim, o viver é Cristo”. Não lhe interessam mais as glórias deste mundo, nem mede esforços e fadigas para anunciar o nome de Cristo entre os povos, tentando atraí-los para Cristo, para terem, como ele teve, a experiência do encontro e do perdão. A fé, para ele, não será mais algo abstrato, mas referida à pessoa de Jesus Cristo, que lhe abriu todos os tesouros da compreensão e da graça.

A fé, para Paulo, é adesão viva e firme à pessoa de Jesus e, por meio dele, à pessoa de Deus. Essa adesão é perseverante, mesmo no meio das maiores dificuldades e provações, que deve enfrentar por causa de Cristo. Finalmente, essa fé mantém-se firme também nas prisões, torturas e no martírio.

Para Paulo, a fé é um novo modo de compreender o mundo, a vida, a conduta humana. A fé torna sábio “em Cristo”, leva a um “estar com Cristo”, a “viver de Cristo”, a esperar com firme confiança e a obedecer a Deus, por meio de Cristo. A fé significa, para Paulo, uma participação na vida, na morte e na ressurreição com Cristo. A fé é dom recebido e acolhido com gratidão e correspondido com coerência e conversão constante.

Como apóstolo e missionário, ele “gera filhos na fé” e os educa no Evangelho; suas cartas testemunham de maneira abundante esse zelo paternal em relação às diversas comunidades que tiveram origem com sua pregação e ação missionária. As recomendações a Timóteo e a Filémon mostram as qualidades de seu coração de pai e educador na fé. Aproximando-se do martírio, ele pode dizer com serenidade: “completei a minha corrida, guardei a fé!” (2Tm 4,7).

Olhando para esse Apóstolo, sentimo-nos encorajados a imitar seu exemplo de homem de fé, de testemunha de Cristo. Muitos outros, em tempos difíceis ao longo da história do Cristianismo, inspiraram-se nele e ajudaram a Igreja a recobrar ânimo e nova vitalidade missionária. Tempos de “nova evangelização”, como os que vivemos, requerem a mesma atitude... Olhemos para o exemplo de São Paulo e peçamos sua intercessão.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 15.01.2013

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1

crédito fotográfico: Luciney Martins

@DomOdiloScherer
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Campanha da Fraternidade 2013 será lançada na Diocese de Mogi das Cruzes no próximo domingo, dia 20

No próximo domingo, dia 20, às 18h, acontece a missa de abertura da Campanha da Fraternidade 2013 na Diocese de Mogi das Cruzes, presidida pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini, na Catedral Sant’Ana, localizada na Praça Coronel Benedito de Almeida, s/nº, em Mogi das Cruzes.

Neste ano, o tema da CF-2013 é “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8), e já anuncia a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será em julho na cidade do Rio de Janeiro e convoca a todos a serem verdadeiros missionários, principalmente, os jovens.

Serviço:
Diocese de Mogi das Cruzes
Avenida Francisco Rodrigues Filho, 248 – Vila Mogilar – Mogi das Cruzes/SP
Tel: (11) 4724-9734
Site: www.diocesedemogi.org.br

Luciana Martins - Assessoria de Imprensa
Tel: (11) 995.181.216
Atendimento na Cúria Diocesana: às quartas-feiras, 14h30 às 17h00
E-mail: imprensacuriamogi@gmail.com

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Visita ao Haiti

Encontro-me no Haiti desde o dia 8 de janeiro. Vim para cá com o Padre Gianpietro Carraro e alguns outros missionários e voluntários da Missão Belém. Fomos acolhidos e hospedados num centro missionário dos Padres Carlistas, que ficou em pé depois do terremoto; ali também estão abrigadas as religiosas da CRB, que vieram para trabalhar no Haiti, além da comunidade do Seminário Maior Diocesano do Haiti, com mais de 200 seminaristas.

Fizemos visita ao Arcebispo de Porto Príncipe, que estava reunido com vários sacerdotes, em retiro. Contou-nos um pouco sobre a situação da Igreja neste tempo posterior ao terremoto. Ainda falta reconstruir muitas igrejas, as missas continuam a ser celebradas debaixo de tendas, a construção do Seminário ainda não começou... A visita à catedral, em ruínas, é desoladora. No entanto, andando pelas ruas, já não se veem mais tantos sinais do terremoto; os materiais foram removidos e a maioria das casas recuperáveis parece ter sido reparada. Contudo, edifícios públicos, de governo, continuam em ruínas.

Ainda se observam grandes campos de tendas, onde as pessoas continuam a viver e a esperar uma casa para morar; muita gente também foi para as periferias da cidade e constituiu novas áreas de favelas, ocupando áreas disponíveis; outros, foram para as montanhas, perto de Porto Príncipe, onde o ar é melhor; também essas estão à espera de receber uma casinha. De fato, a poluição do ar é grande, além da poeira, pois é seco neste período.

Na visita ao Núncio Apostólico, pudemos ouvir uma nova explicação sobre a situação do país e sobre o fluxo das ajudas internacionais para a reconstrução do país. Uma breve visita aos Capelães do Brasil e do Paraguai, das Forças de Paz da ONU, também foi proveitosa para compreender o papel dessas forças internacionais, que continuam no Haiti, cuidando da segurança, mas em grau já diverso do início de sua presença; hoje já existe uma polícia haitiana, que começa a ter significado sempre maior para cuidar da ordem.

Passei a maior parte do tempo com os 7 missionários da Missão Belém, que estão estavelmente no Haiti. Eles vieram para cá há cerca de 2 anos e já estão fazendo um trabalho de grande significado e valor em Warf Jeremie, um bairro distante do centro de Porto Príncipe; trata-se de uma favela formada sobre um lixão imenso, onde as pessoas vivem em barracos paupérrimos, em condições degradantes para a dignidade humana, sobre o lixo, junto com um canal de esgoto a céu aberto, com porcos por todo lado e um mau cheiro insuportável. Dizem que seriam mais de 200 mil pessoas! Por toda parte, muitas crianças! Não há ruas, nem luz, nem água encanada. Não há trabalho e as pessoas procuram fazer bico para sobreviver.
Nesse bairro, já existem vários trabalhos sociais, de diversas organizações. Foi ali também que a Missão Belém iniciou, com o apoio de benfeitores de São Paulo e da Itália, um centro de acolhida para crianças; foram construídas várias casinhas simples, mas decentes, com salas para acolher crianças; funciona como uma escolinha, que já acolhe cerca de 450 crianças, desde 6 meses até 8 anos; a maioria delas são bem pequenas e isso requer a ajuda de voluntários e assalariados. A manutenção é assegurada por apadrinhamentos à distância e pela Providência de Deus...

A visita às salas foi comovente; as crianças estão limpinhas, bem nutridas, os olhinhos brilhando...Passam o dia inteiro ali e recebem alimentação 3 vezes ao dia. À tarde, voltam para suas mães. Se não estivessem ali, provavelmente estariam brincando sobre o lixo, em meio ao esgoto, passando fome... Com as crianças, os pais, sobretudo as mães, também são envolvidas na escolinha e aprendem a fazer muitas coisas úteis. Uma vez por semana, uma das religiosas da CRB, que é enfermeira, vai lá e dá alguma assistência à saúde.
Os missionários visitam as casas, promovem várias ações de evangelização com o povo e já falam o creolo fluentemente... Vi que são bem aceitos e bem quistos pelo povo. Eles mesmos também vivem numa choupana precária e muito pobre, como são as do povo, para compartilhar concretamente a vida daquela população.

Fizemos uma via sacra no meio da favela, esgueirando-nos entre os barracos, onde não existem ruas... Foi uma experiência chocante ver de perto onde e como vivem aquelas pessoas. A ideia de Jesus, que continua a carregar a cruz nas dores e sofrimentos da humanidade, foi muito forte.

Hoje, 12 de janeiro, transcorre o 3. Aniversário do terrível terremoto, no qual perderam a vida mais de 300 mil pessoas; entre elas, também Dra. Zilda Arns, que tinha vindo para cá para fundar a Pastoral da Criança. Rezarei uma Missa num santuário, lembrando de todas as vítimas. Já tive contatos com as religiosas da CRB, que estão empenhadas em várias frentes de trabalho para ajudar a população a retomar a vida; há várias congregações, de diversos países, bem como grupos de voluntários, fazendo o mesmo.

O Haiti continua sendo um país muito pobre e devastado; mas tem muitas possibilidades e, com muitos pequenos “milagres”, motivados pela solidariedade e a caridade fraterna, certamente conseguirá superar a situação atual.

Porto Príncipoe, 12.01.2013.

Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dom Odilo convida participantes do Curso de Verão a ‘darem testemunho de fé’

Na manhã desta segunda-feira, 7, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, esteve presente na abertura do segundo dia do 26º Curso de Verão, promovido pelo CESEEP, que tem como tema “Redes Digitais: Tecendo Relações, construindo comunidades, exercendo cidadania”.

Durante a sua saudação, o cardeal destacou que este é um momento muito especial para conhecer e “desfrutar da cidade, mas, sobretudo do Curso de Verão”. Dom Odilo ressaltou que o tema das redes é um assunto que está em voga na sociedade hoje em dia. “Ontem ainda eu escutava sobre em que estamos apenas no ‘B-A-BA’, que virá a ser toda essa temática da comunicação em rede, da nossa interação com as mídias, com as eletrônicas, que vai acabar com uma espécie de extensão de nós mesmos. No futuro nós estaremos muito mais conectados, não apenas para informação e não apenas de entretenimento, mas de comunicação vital, como por exemplo: nosso organismo, nosso corpo físico”, disse o arcebispo.

Dom Odilo causou riso nos participantes do 26º Curso de Verão, quando partilhou a informação divulgada em um programa dominical de televisão. Segundo a matéria exibida no programa, haverá uma casa inteligente que possibilitará aos seus moradores terem acessos à sua saúde a partir dos materiais e informações coletados pelos móveis e aparelhos instalados na residência. Como, por exemplo, um vaso sanitário inteligente que coleta informações a partir das fezes e já diz para o usuário as suas condições de saúde. Mesmo diante dos risos causados pela assembleia, o cardeal destacou que “isso poderá ser para o nosso bem, ou algo muito complicado se não for mantido dentro de parâmetros éticos e no controle daqueles que estiverem interessados”.

O arcebispo ainda refletiu sobre a influência das redes e da conexão dentro da vivência de fé. “Convido a todos os que creem e professam valores, para que usem dos meios virtuais para passar seu testemunho a fim de que este mundo seja melhor a partir da comunicação desses valores que traduzem a busca do mistério”, afirmou.

Fonte: Assessoria Comunicação Curso de Verão – Edcarlos

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Divulgada Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Enfermo

Cidade do Vaticano (RV) – A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou na manhã desta terça-feira, 8, a mensagem de Bento XVI para o XXI Dia Mundial do Enfermo, que é celebrado em 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

“Nesta circunstância, sinto-me particularmente unido a cada um de vós, amados doentes, que, nos locais de assistência e tratamento ou mesmo em casa, viveis um tempo difícil de provação por causa da doença e do sofrimento”, escreve o Pontífice.

Este ano, o Dia Mundial do Enfermo será celebrado de forma solene no Santuário mariano de Altötting, no sul da Alemanha, com o tema “Vai e faz tu também o mesmo”, extraído da parábola do Bom Samaritano narrada por São Lucas.

Com essas palavras, o “Senhor indica qual é a atitude que cada um dos seus discípulos deve ter para com os outros, particularmente se necessitados de cuidados. Trata-se, de auferir do amor infinito de Deus a força para viver diariamente uma solicitude concreta, como o Bom Samaritano, por quem está ferido no corpo e no espírito, por quem pede ajuda, ainda que desconhecido e sem recursos”.

Bento XVI cita ainda o Ano da fé, que “constitui uma ocasião propícia para se intensificar o serviço da caridade nas nossas comunidades eclesiais, de modo que cada um seja bom samaritano para o outro, para quem vive ao nosso lado”.

Por fim, o Pontífice dirige um pensamento de gratidão e de encorajamento às instituições sanitárias católicas e à própria sociedade civil, às dioceses, às comunidades cristãs, às famílias religiosas comprometidas na pastoral sanitária, às associações dos operadores sanitários e do voluntariado.

Leia a íntegra da Mensagem do Papa:

«Vai e faz tu também o mesmo» (Lc 10, 37)

Amados irmãos e irmãs!

1. No dia 11 de Fevereiro de 2013, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, celebrar-se-á de forma solene, no Santuário mariano de Altötting, o XXI Dia Mundial do Doente. Este dia constitui, para os doentes, os operadores sanitários, os fiéis cristãos e todas as pessoas de boa vontade, «um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade» (João Paulo II, Carta de instituição do Dia Mundial do Doente, 13 de Maio de 1992, 3). Nesta circunstância, sinto-me particularmente unido a cada um de vós, amados doentes, que, nos locais de assistência e tratamento ou mesmo em casa, viveis um tempo difícil de provação por causa da doença e do sofrimento. Que cheguem a todos estas palavras tranquilizadoras dos Padres do Concílio Ecuménico Vaticano II: «Sabei que não estais (…) abandonados, nem sois inúteis: vós sois chamados por Cristo, a sua imagem viva e transparente» (Mensagem aos pobres, aos doentes e a todos os que sofrem).

2. Para vos acompanhar na peregrinação espiritual que nos leva de Lourdes, lugar e símbolo de esperança e de graça, ao Santuário de Altötting, desejo propor à vossa reflexão a figura emblemática do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). A parábola evangélica narrada por São Lucas faz parte duma série de imagens e narrações tomadas da vida diária, pelas quais Jesus quer fazer compreender o amor profundo de Deus por cada ser humano, especialmente quando se encontra na doença e no sofrimento. Ao mesmo tempo, porém, com as palavras finais da parábola do Bom Samaritano – «Vai e faz tu também o mesmo» (Lc 10, 37) –, o Senhor indica qual é a atitude que cada um dos seus discípulos deve ter para com os outros, particularmente se necessitados de cuidados. Trata-se, por conseguinte, de auferir do amor infinito de Deus, através de um intenso relacionamento com Ele na oração, a força para viver diariamente uma solicitude concreta, como o Bom Samaritano, por quem está ferido no corpo e no espírito, por quem pede ajuda, ainda que desconhecido e sem recursos. Isto vale não só para os agentes pastorais e sanitários, mas para todos, incluindo o próprio enfermo, que pode viver a sua condição numa perspectiva de fé: «Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor» (Enc. Spe salvi, 37).

3. Diversos Padres da Igreja viram, na figura do Bom Samaritano, o próprio Jesus e, no homem que caiu nas mãos dos salteadores, Adão, a humanidade extraviada e ferida pelo seu pecado (cf. Orígenes, Homilia sobre o Evangelho de Lucas XXXIV, 1-9; Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas, 71-84; Agostinho, Sermão 171). Jesus é o Filho de Deus, Aquele que torna presente o amor do Pai: amor fiel, eterno, sem barreiras nem fronteiras; mas é também Aquele que «Se despoja» da sua «veste divina», que baixa da sua «condição» divina para assumir forma humana (cf. Flp 2, 6-8) e aproximar-Se do sofrimento do homem até ao ponto de descer à mansão dos mortos, como dizemos no Credo, levando esperança e luz. Ele não Se vale da sua igualdade com Deus, do seu ser Deus (cf. Flp 2, 6), mas inclina-Se, cheio de misericórdia, sobre o abismo do sofrimento humano, para nele derramar o óleo da consolação e o vinho da esperança.

4. O Ano da fé, que estamos a viver, constitui uma ocasião propícia para se intensificar o serviço da caridade nas nossas comunidades eclesiais, de modo que cada um seja bom samaritano para o outro, para quem vive ao nosso lado. A propósito, desejo recordar algumas figuras, dentre as inúmeras na história da Igreja, que ajudaram as pessoas doentes a valorizar o sofrimento no plano humano e espiritual, para que sirvam de exemplo e estímulo. Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, «perita da scientia amoris» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 42), soube viver «em profunda união com a Paixão de Jesus» a doença que a levou «à morte através de grandes sofrimentos» (Audiência Geral, 6 de Abril de 2011). O Venerável Luís Novarese, de quem muitos conservam ainda hoje viva a memória, no exercício do seu ministério sentiu de modo particular a importância da oração pelos e com os doentes e atribulados, que acompanhava frequentemente aos santuários marianos, especialmente à gruta de Lourdes. Movido pela caridade para com o próximo, Raul Follereau dedicou a sua vida ao cuidado das pessoas leprosas mesmo nos cantos mais remotos da terra, promovendo entre outras coisas o Dia Mundial contra a Lepra. A Beata Teresa de Calcutá começava sempre o seu dia encontrando Jesus na Eucaristia e depois saía pelas estradas com o rosário na mão para encontrar e servir o Senhor presente nos enfermos, especialmente naqueles que não são «queridos, nem amados, nem assistidos». Santa Ana Schäffer, de Mindelstetten, soube, também ela, unir de modo exemplar os seus sofrimentos aos de Cristo: «o seu quarto de enferma transformou-se numa cela conventual, e o seu sofrimento em serviço missionário. (...) Fortalecida pela comunhão diária, tornou-se uma intercessora incansável através da oração e um espelho do amor de Deus para as numerosas pessoas que procuravam conselho» (Homilia de canonização, 21 de Outubro de 2012). No Evangelho, sobressai a figura da Bem-aventurada Virgem Maria, que segue o sofrimento do Filho até ao sacrifício supremo no Gólgota. Ela não perde jamais a esperança na vitória de Deus sobre o mal, o sofrimento e a morte, e sabe acolher, com o mesmo abraço de fé e de amor, o Filho de Deus nascido na gruta de Belém e morto na cruz. A sua confiança firme no poder de Deus é iluminada pela Ressurreição de Cristo, que dá esperança a quem se encontra no sofrimento e renova a certeza da proximidade e consolação do Senhor.

5. Por fim, quero dirigir um pensamento de viva gratidão e de encorajamento às instituições sanitárias católicas e à própria sociedade civil, às dioceses, às comunidades cristãs, às famílias religiosas comprometidas na pastoral sanitária, às associações dos operadores sanitários e do voluntariado. Possa crescer em todos a consciência de que, «ao aceitar amorosa e generosamente toda a vida humana, sobretudo se frágil e doente, a Igreja vive hoje um momento fundamental da sua missão» (João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici, 38).

Confio este XXI Dia Mundial do Doente à intercessão da Santíssima Virgem Maria das Graças venerada em Altötting, para que acompanhe sempre a humanidade que sofre, à procura de alívio e de esperança firme, e ajude todos quantos estão envolvidos no apostolado da misericórdia a tornar-se bons samaritanos para os seus irmãos e irmãs provados pela enfermidade e o sofrimento, enquanto de bom grado concedo a Bênção Apostólica.

Vaticano, 2 de Janeiro de 2013.
[Benedictus PP. XVI]

Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Quem nos vai trazer a paz?

No início do novo ano, brotam de todos os lábios espontâneos e efusivos votos de felicidade e de paz. Nada mais normal, pois olhamos para o futuro com esperança e gostaríamos que os males e tragédias do passado não nos acompanhassem na passagem para o tempo novo.

De onde, porém, nos pode vir a paz? Como nós imaginamos a paz? Guardada em algum lugar, embalada e prontinha para nosso uso e consumo? Ou, talvez, ela dependa da invocação de “bons fluidos”, de alguma energia cósmica, a ser acordada e atraída com o foguetório bonito, mas extremamente poluidor, da meia noite de 31 de dezembro? Depende das boas graças de divindades, donas da paz, que nos podem conceder, se bem quiserem, um pouquinho dela?

Na sua mensagem para o 46º Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebra todos os anos no dia 1º de janeiro, o papa Bento 16 nos lembra a promessa de Jesus: “bem-aventurados os promotores da paz; eles serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). Ele, Jesus, que veio ao mundo como o Príncipe da Paz, nos convida a sermos ativos obreiros da paz. No dizer de São Paulo, “Ele mesmo é a nossa paz”, que veio em nome do Deus da Paz para reconciliar a humanidade com Deus e entre si. A paz não é fruto de um passe de mágica, mas de atitudes coerentes e do esforço de todos e de cada um.

Verdadeira paz neste mundo já é possível, sobretudo para quem tem fé em Deus. O fundamento último e o sustento inabalável da paz é o próprio Deus; e quem está firme em Deus pode ser operador esperançoso e perseverante da paz. O Deus da paz vem em socorro de todos os construtores da paz e os reconhece como seus filhos: “serão chamados filhos de Deus”.

Vários fatores são determinantes e devem ser cultivados pelo homem para que haja a possibilidade da paz. Para começar, a própria religião deve servir à paz; contrariamente, se ela for usada como instrumento ideológico para a violência, ou como manifestação fanática e fundamentalista contra os outros, então ela não é verdadeira nem presta culto a Deus; nesse caso, é um desvio da religião, uma espécie de enfermidade religiosa.

Os obreiros da paz precisam estar empenhados na obra da justiça – “fruto da justiça é a paz” – e na busca da verdade. Sem esses dois fundamentos não haverá paz verdadeira e estável. Da justiça decorre o respeito pelos direitos humanos e pela dignidade inalienável de cada ser humano; o Papa faz referência à justiça econômica, em âmbito local e mundial; ao respeito pela vida das pessoas, em todas as fases da existência; como pode haver paz se o ser humano é humilhado, desrespeitado, desprezado, violentado, até mesmo no seu direito mais fundamental, que é o de viver?

A paz requer, além disso, a superação de hábitos e estilos de vida que comprometem o convívio pacífico: o egoísmo e o individualismo frios, insensíveis às necessidades e sofrimentos alheios; e requer o cultivo de atitudes positivas, como a solidariedade, a bondade, a capacidade de perdão e reconciliação, a gratuidade no serviço ao próximo, especialmente aos mais necessitados. Requer, enfim, respeito pela natureza, em vez da apropriação e exploração individualista dos bens dessa nossa “casa comum”.

Enfim, recorda o Papa, é preciso buscar a paz com perseverança e idealismo: a paz é possível, mas depende de uma cultura da paz, que se suscita e desenvolve mediante um processo envolvente de educação, que chama em causa todas as pessoas e agentes da vida social: instituições políticas, organizações da sociedade civil, organizações culturais, educacionais, religiosas... Muita educação para a paz pode dar mais chances à paz. Família e escola têm um papel preponderante na educação para a paz. Hábitos e atitudes violentas e antissociais são aprendidas; mas, também, as convicções, hábitos e atitudes de paz.

Desejo a todos os leitores um feliz e abençoado ano de 2013. Seja um ano de paz para todos! Sejamos todos “obreiros da paz”.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 03.01.2013

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB.

Após cirurgia dom Joaquim se recupera bem




O bispo da Diocese de Guarulhos, dom Joaquim Justino Carreira (foto), passou por uma cirurgia no último sábado, 5, para a retirada de um tumor no intestino.

Segundo nota da Diocese de Guarulhos, o bispo permanecerá no hospital “por tempo ainda não determinado, para tratamentos complementares pós-cirúrgicos. As perspectivas de recuperação são muito boas e promissoras. Por enquanto, ele permanece na UTI, como é de praxe, e as visitas continuam restritas.”

 Dom Joaquim está internado desde o dia 29 de dezembro para a realização de exames.

Leia a íntegra da Nota da Diocese de Guarulhos sobre o estado de saúde do prelado.

3ª Nota sobre a saúde de Dom Joaquim Justino Carreira

Ao presbitério e diocesanos de Guarulhos
Seja bendito o nome do Senhor!

​Nosso querido Dom Joaquim foi hoje, dia 05 de janeiro, submetido à cirurgia para retirada de tumor no intestino. Deus guiou a mão dos médicos e a cirurgia teve grande êxito. Por volta das 17h, ele já estava falando, e muito consciente de tudo. Envia a todos sua afetuosa bênção e expressa seus mais sinceros agradecimentos pela união espiritual e solidariedade. Deverá permanecer no hospital por tempo ainda não determinado, para tratamentos complementares pós-cirúrgicos. As perspectivas de recuperação são muito boas e promissoras. Por enquanto, ele permanece na UTI, como é de praxe, e as visitas continuam restritas.

​Queremos agradecer sinceramente a todos os que estão devotando sua oração por nosso querido pastor; a força da oração do povo de Deus é a grande causa do sucesso dos procedimentos e da paz espiritual de nosso bispo.

Também agradecemos à equipe técnica e ao corpo clínico do Hospital Santa Catarina, bem como às irmãs da Congregação de Santa Catarina, pela acolhida e prontidão e profissionalismo.
​Nosso louvor a Deus pela disposição daqueles e daquelas que se dispuseram a doar sangue – a campanha está sendo muito bem sucedida e beneficiará outras pessoas.

Também nosso obrigado aos meios de comunicação, TV, rádio, internet, jornais e outros por sua colaboração.

Um agradecimento especial aos inúmeros bispos, padres, seminaristas, religiosas, e demais membros do povo de Deus que tem manifestado sua solidariedade e união espiritual. Permitam-me nomear o Cardeal Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Pedro Scherer, por sua preocupação e carinho para com Dom Joaquim e para com a Igreja de Guarulhos.

Nosso querido pastor continua sua missão de santificar, ensinar e servir o povo de Deus, também quando está enfermo; sua fragilidade física tem expressado seu vigor espiritual e capacidade de congregar o rebanho de Cristo.

Continuemos nossas atividades pastorais: além da oração, é o melhor meio de unirmo-nos à missão de nosso pastor.

Que a Virgem Imaculada interceda por nós!

Padre Antonio Bosco da Silva
Vigário Geral da Diocese de Guarulhos

Guarulhos, 05 de janeiro de 2013.

Fonte: Site da Arquidiocese de Guarulhos. Com Redação da Diocese de Guarulhos

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Calendário 2013

Por D. Demétrio Valentini, Bispo de Jales

             A Bíblia nos recomenda contar bem os nossos dias. Os anos também!

              Já estamos vivendo mais um, de número 2013. Este número é próprio do calendário cristão, que por motivos práticos acabou sendo adotado universalmente, ao menos para fins de registros oficiais.

              Este calendário tem como característica maior a sincronia entre duas formas de contar os anos, seguindo o ciclo lunar, que é próprio do calendário judaico, e seguindo o ciclo solar, que é próprio do calendário romano.

           Já foram feitas diversas tentativas de unificar os dois critérios. De tal modo, por exemplo, que o dia primeiro do ano caísse sempre no mesmo dia da semana. E assim as outras efemérides, que teriam as mesmas referências fixas.

         Mas estas tentativas foram  inúteis, diante do impasse de não mexer na sequência dos dias da semana. Até hoje a contagem dos dias da semana nunca foi interrompida. Ao passo que no ajuste feito pelo Papa Gregório, se passou do domingo dia 04 de outubro de 1580, ao dia 15 de outubro, mas o dia seguinte foi mantida a segunda-feira, sem mexer, portanto, na contagem semanal, que nunca foi interrompida há séculos e séculos.

          Os judeus, com razão, se encontram bem mais adiantados do que nós com seu calendário. E os muçulmanos,  ao contrário, têm uns quantos anos a menos do que nós. Eles começam sua contagem no ano em que Maomé foi para Meca, quando o nosso calendário já tinha chegado a 622 anos.

             Existem outras culturas que não fazem questão de somar a sequência dos anos. Como os chineses, por exemplo. Para eles o calendário é rotativo, cada ano levando um nome, que periodicamente retorna. Enquanto os anos vão passando da mesma maneira!

            Seja como for, já nos encontramos dentro de um novo ano. Do ponto de vista das motivações religiosas, ele herdou do ano passado a marca da fé.

           Se  não podemos mexer nos calendários, é possível, isto sim, preenchê-los bem, com nossas boas motivações. Assim, não só contaremos bem nossos anos, mas os viveremos com intensidade. 
            Já nos encontramos, portanto, no Ano da Fé.  Ao longo deste ano,  teremos  oportunidade de acolher bem os diversos apelos que o Ano da Fé vem nos apresentando.

            Com esta atitude, sabendo-nos tão limitados a ponto de não garantirmos nem o dia seguinte, queremos desde agora confiar nas mãos de Deus todos os dias deste ano de 2013.

          O Senhor da história,  a quem pertencem o tempo e a eternidade , nos abençoe e nos proteja em cada dia deste novo ano, que queremos colocar por inteiro em suas mãos.