Para simbolizar o Ano da Fé, os participantes receberam uma vela acesa no Círio Pascal |
Na sede da OCM (Obra dos Cenáculos Missionários), situado na Região Episcopal da Lapa, o COMIRE (Conselho Missionário Regional) da CNBB – Sul 1, realizou neste sábado (24) sua Assembleia Anual com os representantes dos COMIDIS (Conselho Missionário Diocesano) das sub-regiões pastorais e de outros organismos missionários. Presidiu à Assembleia dom Vicente Costa, bispo da diocese de Jundiaí.
O encontro foi aberto com a celebração eucarística, presidida por dom Vicente, e caracterizada com simbologia referente ao Ano da Fé e ao compromisso missionário assumido no 3º Congresso Missionário, realizado em Jundiaí no mês de agosto passado. Comentando a palavra de Deus, lida e proclamada na celebração, o Bispo salientou a dimensão profética e de martírio que está muita ligada à missionariedade da Igreja. “Os missionários são testemunhas e continuadores da missão de Deus. Para ser profeta é necessário ter ousadia e coragem para enfrentar as dificuldades e oposições que são colocadas na frente dos anunciadores do Reino”, declarou. Para simbolizar o Ano da Fé, cada participante recebeu uma vela que, uma vez acesa a partir do Círio Pascal, foi o sinal visível das palavras pronunciadas pela Assembleia como compromisso de dar mais tempo e qualidade ao serviço missionário em todas as situações onde se trabalha.
A coordenadora do Comire, Maria de Fátima da Silva, deu as boas vindas e fez a abertura da Assembleia. Antes de recordar os temas que constavam na pauta, ela deu a palavra ao missionário padre Bruno Rocas, missionário peruano, que trabalha no Japão com os imigrantes latino americanos, sobretudo brasileiros. O padre explicou que os imigrantes foram para o Japão por motivos econômicos e a igreja local não tinha condições de os acolher e inserir na comunidade que dispõe de pouquíssimos sacerdotes. Porque se trata de imigrantes, tem que haver coragem de estar começando sempre de zero. Alguns imigrantes já começaram a descobrir a beleza da fé. “Outra dimensão importante da pastoral é a acolhida no país de origem quando retornam à sua diocese e paróquia. Uma questão que diz respeito à identidade dos filhos de imigrantes é que eles ficam meio perdidos porque não sabem se são brasileiros ou japoneses. É necessário trabalhar esse lado da identidade para que não se sintam perdidos”, destacou.
Em seguida Padre José Altevir da Silva (SVD) começou sua colocação sobre a criação de Comidis (Conselho Missionário Diocesano) e Comipas (Conselho Missionário Paroquial), sua necessidade e importância nas dioceses e paróquias, sua base teológica, espiritual e funcionalidade na organização pastoral nas igrejas locais. A base mística fundamental está na motivação que pode ser inspirada na frase de Paulo “fiz-me fraco com os fracos” (1Cor. 9,19). É do sentido de gratidão para com Deus que alguém sente que precisa dar o que recebeu. Quem se sente tocado pelo amor de Deus vai procurar disseminá-lo (cf. Gal 2,20).
Padre Altevir salientou que muitas vezes usamos o termo missão por tudo e por nada, deixando-nos influenciar pelo significado que a propaganda comercial dá a esse termo para indicar a busca de sucesso. Todos são missionários não apenas porque fazem uma atividade missionária qualquer, mas porque se preocupam com a dimensão missionária em todas as pastorais, em todos os grupos. A preocupação maior deve estar voltada para quem ainda está longe de Cristo. Depois de explicar o melhor modo de constituir os Comidis e os Comipas, padre Altevir sublinhou a importância de não se fechar na missão local, mas ficar sempre aberto e ligado com a missão global. A missão local tem que se empenhar na busca dos redutos missionários, divulgar a imprensa missionária, promover a oração, cuidar de todos os níveis, Infância, Juventude etc. Antes de passar para a exposição das metodologias para constituir um grupo de ação missionária, traçar objetivos, estabelecer meios e etapas, foi bem lembrado de que a presença de um pároco no grupo de animação e dedicação é indispensável para que uma ação missionária local seja eficaz e não apenas lugar de generosidade de alguém que encontrou aí um espaço de preferência pessoal. E para terminar o enfoque, foi lembrado de que é necessário estar sempre a caminho como Jesus (Mt 4,22). A missão é um caminho nunca terminado, percorrido por pessoas alegres, corajosas e que despertam atenção e interesse.
O padre Everton Aparecido da Silva, assessor do Comire, apresentou novo regulamento do COMIRE que foi atualizado, aperfeiçoado, pela equipe executiva. O Regulamento foi aprovado por todos os membros da Assembleia e será encaminhando à Presidência do Regional Sul 1 da CNBB.
A última etapa da Assembleia foi o encontro de grupos por sub-regiões para refletir sobre o Instrumento de Trabalho preparado pela executiva para ler, tirar conclusões, trazer propostas de ação para o plenário e partilhar experiências de ação missionária. No plenário foram acolhidas as propostas sobre as quais a equipe executiva irá refletir também em vista do Encontro Missionário do Regional em 2013 em Catanduva nos dias 23, 24 e 25 de agosto.
Texto do Padre Joaquim Gonçalves, Diretor da revista Missões.
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